Fator de Proteção Solar: Qual a melhor opção para ficar bem protegido do Sol?

Protetor solar pode evitar queimaduras, manchas e câncer de pele quando usados de forma correta; saiba como escolher a melhor opção contra raios ultravioleta

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Por Guilherme Santiago

É provável que você já tenha passado pela indecisão de não saber escolher o protetor solar ideal. E isso porque existem muitas opções disponíveis. Tem filtro solar com coloração, que promete prevenir contra rugas, resistente à água, com vitaminas na composição, que tem ação hidratante e com diferentes níveis de proteção. É de deixar qualquer um confuso. No entanto, antes de se atentar para as diversas possibilidades do mercado, o primeiro passo para estar bem protegido é entender como o Fator de Proteção Solar (FPS) funciona.

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O médico dermatologista Sérgio Schalka, especialista em fotoproteção, explica que o FPS é um sistema de medida que avalia o nível de proteção contra queimaduras causadas por raios solares ultravioleta B (UVB). “Ele indica quanto tempo sua pele consegue ficar protegida”, diz. Por exemplo: ao usar um protetor solar com FPS 30, uma pessoa levará 30 vezes mais tempo para sofrer os efeitos dos raios solares em comparação com uma exposição desprotegida. Por isso, é tão importante prestar atenção no FPS do filtro solar escolhido.

A recomendação é que ele não seja menor que 30, em especial para pessoas de pele clara, que devem investir em fatores mais altos, como 50 ou 70. A quantidade aplicada também deve ser levada em consideração para uma proteção efetiva. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a quantidade ideal para o rosto, pescoço e cabeça é uma colher de chá.

Schalka alerta para outro ponto: a proteção contra raios UVA. “Os protetores costumam proteger muito bem contra os raios UVB, mas podem não proteger tão bem contra o UVA, a depender da qualidade”, diz. E esse nível de proteção pode fazer toda a diferença.

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Chapéu, óculos de sol e protetor solar são os principais meios de proteção. Foto: Pixabay

Qual a importância da proteção UVA?

Segundo o dermatologista, os raios UVA são menos potentes que os UVB, mas podem causar dois efeitos importantes: sinais de envelhecimento e manchas na pele. Eles também estão presentes nos raios solares do dia inteiro, enquanto os raios UVB têm um período em que sua incidência é maior. Costuma ser duas horas antes e duas horas depois do meio-dia. Por isso, o horário entre 10h e 14h são os menos indicados para exposição solar. Mas tem um ponto positivo na sua incidência. “É ele que incentiva a produção de vitamina D”, explica Schalka, que pondera que eles também são mais intensos e responsáveis pelas queimaduras solares e câncer de pele. Seja qual for o tipo de raio ultravioleta, ele pode trazer danos à pele.

Por conta disso é indicado utilizar um protetor solar que proteja contra essas duas formas de incidência de raios solares. E muitas das opções de filtros solares disponíveis no mercado costumam proteger, mas nem sempre o nível de proteção UVA está indicado nos rótulos. O mais comum é a sinalização apenas do FPS, que não protege contra raios UVA.

“Existe uma escala de medida específica para a proteção contra raios solares ultravioleta A”, explica. Ela é chamada de PPD – sigla em inglês para Escurecimento Pigmentar Persistente – e a lógica é a mesma: um filtro solar com PPD 10, permite um tempo de exposição 10 vez maior sem que os efeitos dos raios solares sejam percebidos.

No entanto, segundo o dermatologista, as marcas de protetores solares não são obrigadas a indicar esse fator de proteção. A única exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é que exista uma proporção de 1 para 3: um protetor com FPS 30 deve ter uma proteção contra raios UVA de PPD 10.

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A melhor opção para quem busca um protetor solar contra os efeitos da radiação UVA são aqueles que indicam na embalagem o fator de proteção UVA e que contenham antioxidantes, como vitaminas C e E. Isso pode ajudar a reduzir sinais de envelhecimento e manchas.

Produtos multifuncionais

Algumas maquiagens e hidratantes podem apresentar FPS, mas é preciso tomar cuidado com esses produtos. O dermatologista explica que, do ponto de vista técnico, um hidratante com FPS 30 deve oferecer a mesma proteção que um filtro solar com Fator de Proteção Solar 30. Mas Schalka alerta que não é possível garantir se existe proteção contra raios UVA.

“Pela regulação da Anvisa, um hidratante ou uma maquiagem com FPS não são classificados como filtro solar. Eles são classificados como um produto multifuncional. Por isso, não precisam comprovar sua proteção contra raios UVA”, afirma.

Isso é diferente dos filtros solares com coloração ou que apresentam ação antissinais. Nesses casos, como a função principal do produto é a proteção solar, é mais fácil garantir sua eficácia. “Isso porque, para registrar um protetor solar, a Anvisa exige uma série de testes. Ela só registra depois que analisa toda a documentação que comprove eficácia.”

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Como ficar bem protegido?

  • FPS: no mínimo 30. A indicação do médico é que todas as pessoas utilizem protetor com no mínimo FPS 30. Em alguns casos, há a necessidade do uso de protetores solares com FPS mais alto, como entre pessoas de pele mais clara, crianças, quem tem histórico de câncer entre familiares e pessoas com pele muito sensível.
  • À prova d’água. Em especial quando utilizado em momentos de lazer, como na praia ou em banhos de piscina, é fundamental que o protetor solar seja à prova d ‘água – o que não significa que não é necessário reaplicar o protetor com frequência.
  • Protetor com cor. Se você é uma pessoa com tendência a ter manchas no rosto, a indicação é optar por protetor solar com cor que, conforme explica o médico, costuma ser melhor para prevenir manchas.
  • Com ação antioxidante. Os antioxidantes fornecem uma proteção extra contra os raios UVA e UVB, além de serem capazes de corrigir alguns danos. Os mais comuns são a vitamina C, a vitamina B3 e a vitamina E.
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