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Faustão era o segundo da fila de prioridade de transplante, diz governo de SP

Médicos do primeiro paciente da lista recusou o órgão, mas razões não foram divulgadas; especialista aponta que questões logísticas até incompatibilidade anatômica podem justificar recusa

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Por Redação
Atualização:

O apresentador Fausto Silva, que passou por uma cirurgia de transplante de coração neste domingo, 27, ocupava o segundo lugar na fila de espera, segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo.

Ainda na madrugada deste domingo, a Central de Transplantes do Estado de São Paulo ofereceu um coração à equipe transplantadora de Fausto Silva, que aceitou a oferta do órgão após avaliação de compatibilidade. Por meio do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, 12 pacientes atendiam aos requisitos. Desse total, quatro estavam priorizados – Faustão ocupava a segunda posição nesta seleção.

Faustão era o segundo da lista de prioridades, diz governo de SP Foto: Reprodução de Vídeo/Instagram/@joaosilva

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A equipe transplantadora do paciente que ocupava a primeira posição decidiu pela recusa do órgão. As razões da recusa não foram divulgadas pelo Central de Transplantes, mas podem estar relacionadas a incompatibilidades entre receptor e doador. Com isso, a oferta seguiu para o segundo paciente da seleção.

De acordo com Carolina Casadei dos Santos, especialista em insuficiência cardíaca e transplante de coração filiada à Sociedade Brasileira de Cardiologia, são vários os motivos que podem levar a equipe médica a recusar um órgão, como no caso do primeiro paciente da lista.

Os motivos podem ir desde questões logísticas, como indisponibilidade do paciente para cirurgia imediata, até incompatibilidade anatômica entre doador e receptor.

“A recusa pode ser por questões logísticas , do tempo que levaria para o coração chegar dependendo de onde estivesse esse outro receptor, a questão do peso do paciente, que pode servir para um e não para outro”, explica a médica.

Segundo as normas de compatibilidade para transplante de coração, o receptor só pode receber o órgão de um doador com peso que varie até 20% para mais ou para menos em relação ao de quem aguarda o transplante. Um paciente de 80 quilos, por exemplo, só pode receber um órgão de um doador que pese entre 64 kg e 96 kg.

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Em São Paulo, o tempo de espera por um transplante de coração, para potenciais receptores do grupo sanguíneo B, como era o caso, oficialmente é de 1 a 3 meses – mas pode ser reduzido por urgência.

Governo diz que critérios para transplantes são técnicos

A Central informou que a disponibilização de órgãos aos pacientes que aguardam por um transplante segue critérios técnicos definidos pela Portaria de Consolidação N°04 de 2017, que considera a compatibilidade sanguínea e critérios antropométricos entre doador e receptor, como uma faixa de peso e altura para os doadores ofertados para cada receptor.

Além disso, o órgão afirma que existem “critérios de priorização, definidos por Lei, onde potenciais receptores que possuem risco eminente de morte, são elevados em sua posição no cadastro técnico (fila de espera)”.

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