SÃO PAULO - O governo de São Paulo anunciou neste domingo, 13, a antecipação em 30 dias no calendário de vacinação contra a covid-19 no Estado. Com a mudança, toda a população com mais de 18 anos deve estar imunizada até o dia 15 de setembro. Essa é a terceira alteração no cronograma promovida neste mês pela gestão do governador João Doria (PSDB), que anteriormente estimava os prazos para o mês de outubro.
Com as atualizações, o cronograma de vacinação fica assim:
- Adultos sem comorbidades, de 50 a 59 anos: 16 a 22 de junho (3 milhões de pessoas)
- Adultos de 43 a 49 anos: 23 a 29 de junho
- Adultos de 40 a 42 anos: 30 de junho a 14 de julho
- Adultos de 35 a 39 anos: 15 a 29 de julho
- Adultos de 30 a 34 anos: 30 de julho a 15 de agosto
- Adultos de 25 a 29 anos: 16 a 31 de agosto
- Adultos de 18 a 24 anos: 1º a 15 de setembro
A Secretaria de Saúde do Estado disse que a mudança foi possível em razão das perspectivas de entregas de vacina pelo Ministério da Saúde. Outro fator foi a observação mais detalhada sobre os públicos-alvo, uma vez que parte das pessoas nas faixas etárias já foi contemplada em outras categorias prioritárias.
Entretanto, o processo de entrega de vacinas pelo ministério tem sido marcado por atrasos e até entregas de lotes menores do que o prometido até o momento. Na quinta-feira, por exemplo, o governo federal reduziu, pela terceira semana seguida, a previsão de entrega de doses para o mês de junho. Desta vez foi anunciada a diminuição dos lotes do consórcio Covax Facility em cerca de 2 milhões de doses. Em 19 de maio, contava-se com 52,2 milhões de vacinas em junho. Na semana passada, a contabilidade estava em 37,9 milhões.
“Esta antecipação significa mais de 7 milhões e 450 mil pessoas na faixa etária entre 40 e 59 anos que entram imediatamente no programa de vacinação já neste mês de junho”, disse Doria neste domingo. O grupo seria vacinado no mês de julho e agosto. Doria afirmou que São Paulo deve ser o primeiro a imunizar toda a população apta a receber a vacina, mas outros Estados mantém previsões similares ou até mais otimistas, como o Maranhão.
“Estamos a três meses do dia da esperança. Tenho confiança de que, neste Natal, as famílias estarão reunidas, os amigos poderão se abraçar, as pessoas poderão voltar a viver com cautela, com cuidado, sempre se protegendo e protegendo aos demais. Mas a história começa a mudar e a esperança começa a chegar definitivamente ao Brasil”, acrescentou o governador.
Segundo o governo, o Estado terá à disposição quatro tipos de vacinas: Coronavac, do Butantan, AstraZeneca/Fiocruz, Pfizer e Janssen. Esta última teve a aprovação da agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA, sigla em inglês) para o envio de 3 milhões de doses para o Brasil neste sábado, 12. O lote ainda não chegou ao País e, segundo o Ministério da Saúde, está previsto para amanhã.
A coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Regiane de Paula, destacou a importância da vacinação contra covid-19 e pediu que a população não tente escolher qual imunizante vai receber.
“Todas as vacinas são boas, excelentes. Não há por que escolher, nós só devemos fazer essa escolha no caso das gestantes”, afirmou. Ela lembrou que, para as grávidas, são recomendadas as vacinas do Butantan e da Pfizer.
Para agilizar o momento da vacina, a população deve se cadastrar no site Vacina Já. Não é obrigatório, mas, segundo o governo, economiza até 90% no tempo de atendimento nos postos. O formulário pode ser preenchido no site ou via WhatsApp, pelo número +55 11 95220-2923.
Em crítica ao presidente Jair Bolsonaro, o governador João Doria negou na coletiva que governo federal tenha atuado para colaborar financeiramente com a produção das vacinas do Butantan. E nas redes sociais, ele se envolveu em uma troca de farpas nas com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Doria havia feito uma postagem no Twitter comentando a antecipação de datas, em que disse “vai preparando o braço” para seus seguidores. O ministro da Saúde respondeu a essa postagem dizendo que as vacinas que Doria usaria para cumprir essa agenda eram do governo federal. Doria respondeu: “Quanto recalque, Ministro. Bom domingo e uma ótima semana. Por aqui, vacinando.”
As antecipações em São Paulo começaram em 2 de junho, quando o governador João Doria anunciou que o término da vacinação, inicialmente previsto para dezembro, seria em 31 de outubro. Em 9 de junho, ele antecipou para 18 de outubro. E hoje, para 15 de setembro. O governo ainda reviu a data da vacina para profissionais da educação básica com 18 anos ou mais, que começou na sexta-feira, 11, e seria só em julho. O grupo é estimado em 363 mil pessoas.
Doria enfatizou a importância da vacinação de toda a população paulista para a retomada da economia. Conforme anunciou o governador, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado para 2021 é de 7,6%. “Se São Paulo cresce, ele ajuda o Brasil a avançar, portanto a imunização dos que vivem aqui contribui muito para o ânimo, esperança e ativação econômica de todos os setores da economia do Estado e do País”, afirmou.
A plataforma Vacinômetro, que acompanha o número de vacinados no Estado, mostra que foram aplicadas 18.785.749 doses desde o início da campanha, das quais 13.026.324 foram a primeira dose e 5.759.425, a segunda. No Estado, foram contabilizados 3.449.577 casos da doença e 117.887 óbitos por covid-19.
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