Governo inaugura centro para expandir teleatendimento em saúde em SP

Espaço funcionará em parceria com o Hospital das Clínicas e foi inspirado em iniciativas internacionais

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Foto do author Leon Ferrari
Atualização:

O governo de São Paulo inaugurou nesta segunda-feira, 19, o Centro Líder de Inovação em Saúde Digital do Estado, como parte do plano de expandir o teleatendimento na rede pública de saúde.

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O centro é uma parceria da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), e será coordenado pelo InovaHC, que divide prédio com o Instituto Perdizes, localizado no bairro homônimo da zona oeste da capital.

Em dois andares, foram instalados 98 estações de teleatendimento e um painel de monitoramento que apoiará a tomada de decisões. De lá, 55 médicos do HC ficam à disposição das unidades de saúde paulistas, de acordo com Paula Gobi Scudeller, líder de tranformação digital do HC e coordenadora do Centro Líder.

“É uma revolução silenciosa. São os primeiros passos de uma revolução digital que vai tomar a saúde do Estado de São Paulo”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a inauguração do centro de comando. “Queremos estar na vanguarda da saúde digital. Por quê? Aumento de resolutividade, descompressão de urgência e emergência, e a diminuição do tempo de internação”, disse sobre as expectativas quanto ao projeto.

Governo de SP quer expandir teleatendimentos no Estado Foto: stokkete/Adobe Stock

“Vai ser o local onde vamos orquestrar todos os projetos, onde vamos fazer a integração de uma gama de inovações na área digital”, disse Eleuses Paiva, secretário estadual da Saúde.

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(O Centro) vai fazer os testes de qualidade, aprimorar essas ideias para que depois possamos compartilhar o conhecimento por todo o Estado de São Paulo e vermos isso aplicado na prática clínica o mais breve possível”, acrescentou.

De acordo com o secretário, o serviço foi inspirado em iniciativas do NHS, o sistema público de saúde britânico, e da renomada Johns Hopkins University, nos Estados Unidos. O programa tem um investimento previsto de R$ 166 milhões.

Paula e Giovanni Guido Cerri, diretor do InovaHC, destacam que iniciativa é um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Isso significa que, ao mesmo tempo em que o serviço está sendo oferecido à população, ele é revisado e atualizado a partir dos dados avaliados pelos pesquisadores.

“É um processo muito dinâmico. Nós vamos levando a saúde digital para as várias regiões e também vamos aprendendo como funciona (em cada uma delas)”, afirmou Cerri, professor da FMUSP e ex-secretário da Saúde de São Paulo.

Como funciona

O centro conecta os quatros modelos de telessaúde adotados no Estado: atenção primária, especializada, hospitalar e assistência à população privada de liberdade.

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No caso da atenção básica, considerada a porta de entrada para o sistema de saúde, o serviço é chamado de Tele Atenção Primária em Saúde (TeleAPS). O paciente procura uma Unidade Básica de Saúde (UBS), com ou sem agendamento, e após a triagem é encaminhado para uma sala de teleatendimento para consulta com um profissional especializado em Medicina de Família e Comunidade ligado ao HC.

Até o momento, 30 municípios aderiram à iniciativa, que contabiliza mais de 8 mil teleatendimentos. Nesses, a taxa de resolutividade foi de 82%, ou seja, oito em cada dez consultas não demandaram encaminhamento para outros médicos.

De acordo com a secretaria, além da oferta de serviços nas UBSs, serão utilizados tablets para que as teleconsultas sejam realizadas com os pacientes que precisam de acompanhamento domiciliar. O plano é expandir o modelo gradativamente para todos os municípios paulistas.

Outro projeto relacionado à atenção básica é o TeleSAP, que oferece teleatendimento em 26 unidades prisionais. De acordo com a pasta, até a primeira semana de agosto, mais de 1,3 mil pessoas foram atendidas em 1,5 mil consultas, incluindo as especialidades de psiquiatria, ortopedia, neurologia, cardiologia, endocrinologia, gastroenterologia, infectologia, hematologia e nefrologia.

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Para atendimentos da atenção especializada, o Estado oferece o “AME+ Digital”. Neste momento, o modelo disponibiliza assistência à população privada de liberdade em 63 unidades prisionais que possuem corpo médico para atendimentos internos. Nos próximos meses, ele começará a oferecer um serviço híbrido nos AMEs Dracena, Ourinhos, Itapeva e Botucatu. A ideia, afirma o governo, é driblar a falta de profissionais especializados em algumas regiões.

Na alta complexidade, o TeleUTI foi concebido para auxiliar as equipes dos hospitais da rede pública de saúde com discussões dos quadros clínicos de pacientes internados nas unidades de terapia intensiva (UTI). A iniciativa está em fase de treinamento dos profissionais de saúde.

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