Após reforma e ampliação do prédio, a primeira unidade da Rede Hora Certa foi inaugurada ontem, em substituição ao ambulatório de especialidades Maria Cecília, que já funcionava na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo. A troca de nome e de função do posto médico ocorreu em pouco mais de dois meses e segue fórmula que será usada para agilizar a promessa de alcançar 32 unidades até 2016. Ainda neste mês, outras cinco devem ser entregues pelo prefeito Fernando Haddad (PT).A Rede Hora Certa tem como meta reduzir a demanda por exames e cirurgias de baixa complexidade. Atualmente, a fila até para pequenos procedimentos passa de um ano. Com pelo menos duas salas cirúrgicas, a expectativa, quando todas as unidades estiverem em operação, é a de realizar 100 mil cirurgias por ano na rede. "Isso não pode ser banho de loja. Vamos desafogar os hospitais", disse Haddad.Segundo o prefeito, o compromisso de campanha foi transformar ambulatórios já existentes em Rede Hora Certa. "Se você recuperar, vai ver que meu discurso sempre foi esse. O ambulatório de especialidades só tinha, quando muito, consultas. Não se fazia o exame de imagem nem cirurgia."Com custeio mensal estimado em R$ 1 milhão, a Rede Hora Certa da Freguesia do Ó terá, até fevereiro, capacidade para 9 mil consultas por mês, de 15 diferentes especialidades, como oftalmologia e pneumologia. "A AMA Maria Cecília realizava, em média, 7 mil", disse o secretário municipal da Saúde, José de Filippi Júnior. O número mensal de exames passará de 1,5 mil para 2,2 mil.Hospital. A Prefeitura fechou negócio com a Amil e comprou o Hospital Santa Marina, no Jabaquara, zona sul. Com capacidade para até 250 leitos, o centro hospitalar poderá fazer parte da rede em 120 dias.Em leilão realizado em agosto, a Amil arrematou a unidade fechada desde 2011 por R$ 55 milhões. Desde então, a Prefeitura vinha tentando um acordo. Ontem, Filippi afirmou que a compra foi efetuada por R$ 59 milhões. Segundo ele, é a soma do lance e dos custos do leilão.A aquisição do hospital, no entanto, pode prejudicar a população da Vila Matilde. Isso porque a região da zona leste tinha a promessa de ganhar um novo hospital. Ontem, apesar de não descartar a obra, Haddad afirmou que os próximos investimentos serão feitos prioritariamente em Parelheiros, zona sul, e Brasilândia, zona norte.