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Polícia prende 2 pessoas em investigação sobre doação de órgãos contaminados

Suspeita é de que houve falha no controle de qualidade com intuito de reduzir custos

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Foto do author Victória  Ribeiro
Por Beatriz Bulhões e Victória Ribeiro
Atualização:

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta segunda-feira, 14, um dos sócios do PCS Saleme, laboratório responsável pela emissão de laudos que resultaram no transplante de órgãos infectados com HIV em seis pacientes. Além dele, um técnico da empresa também foi detido.

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A ação integra a primeira fase da operação “Verum”, realizada pela Delegacia do Consumidor da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Foram cumpridos todos os 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Duas pessoas estão foragidas, e a polícia segue investigando a cadeia operacional relacionada à elaboração dos laudos.

“Segundo as investigações, houve uma falha operacional no controle de qualidade dos testes realizados no laboratório, visando à redução de custos. A análise das amostras, que antes era feita diariamente, passou a ser realizada apenas uma vez por semana”, informou a Polícia Civil.

“A questão contratual com o laboratório também está sob investigação”, acrescentou a polícia em nota, ressaltando que as próximas fases da operação devem seguir em sigilo.

Policiais cumprem mandado no PCS Lab, em Nova Iguaçu Foto: Rafael Campos/Polícia Civil do Rio de Janeiro

A sede do laboratório, localizada em Nova Iguaçu, na região metropolitana do Rio, é um dos focos das investigações para identificar os responsáveis pela emissão dos laudos. A polícia também suspeita que existam outros casos de irregularidades relacionados à empresa.

Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre os outros locais de busca e apreensão, nem sobre os mandados de prisão relacionados às duas pessoas foragidas.

“Conseguimos elementos para representar pelas cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os culpados sejam punidos com a maior celeridade”, afirmou o secretário de Estado da Polícia Civil, Felipe Curi.

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Em nota enviada à Agência Brasil na sexta-feira, 11, o laboratório disse que informou à Central Estadual de Transplantes os resultados de todos os exames de HIV realizados em amostras de sangue de doadores de órgãos entre 1º de dezembro de 2023 e 12 de setembro de 2024, período em que prestou serviços à fundação. Nesses procedimentos, segundo o posicionamento, foram utilizados os kits de diagnóstico recomendados pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O laboratório afirmou ainda que abriu sindicância interna para apurar as responsabilidades do caso, um episódio “sem precedentes na história da empresa”. “O PCS Lab dará suporte médico e psicológico aos pacientes infectados com HIV e seus familiares; e reitera que está à disposição das autoridades policiais, sanitárias e de classe que investigam o caso”, disse.

Policiais cumprem mandado de busca em laboratório que emitiu laudos  Foto: Rafael Campos/Polícia Civil do Rio de Janeiro
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