O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) vai realizar atendimentos gratuitos para diagnóstico e prevenção do câncer de pele. A ação acontece neste sábado, 7, das 9h às 15h, no prédio dos ambulatórios, localizado no bairro de Cerqueira César.
Na ocasião, dermatologistas voluntários irão atender as primeiras 500 pessoas que chegarem ao local. Além das consultas, a atividade tem o objetivo de esclarecer dúvidas sobre diagnóstico, prevenção e tratamento da doença.
Podem participar da ação pessoas de todas as idades, mas especialmente aquelas com fatores de risco, como pele clara, histórico de queimaduras solares, histórico familiar de câncer de pele e/ou exposição prolongada ao sol.
Nelson Marcos Ferrari, chefe de Cirurgia Dermatológica do hospital, ressalta alguns grupos que devem procurar o ambulatório: “Pessoas com múltiplas pintas, manchas escuras que mudam de cor e formato, feridas que não cicatrizam ou lesões pigmentadas nas palmas das mãos e plantas dos pés”, afirmou o médico, em comunicado da USP.
A atividade faz parte da 25ª edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pele do HC, realizada em alusão ao Dezembro Laranja, mês dedicado nacionalmente à conscientização sobre os riscos da exposição ao sol e da importância do diagnóstico precoce da doença.
Câncer de pele
O câncer de pele é o tipo de tumor maligno mais incidente no Brasil e corresponde a 31,3% do total de casos da doença, segundo o Ministério da Saúde.
Como já mostrado pelo Estadão, existem basicamente três tipos desse tumor. Os menos agressivos e mais comuns são os carcinomas basocelular, geralmente relacionado à exposição solar, e espinocelular, que atinge as células na camada mais superficial da epiderme. Já o menos comum, mas mais agressivo, é o melanoma, que tem origem nas células produtoras de melanina – a proteína que determina a cor da pele.
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Sinais e tratamento
Os principais sintomas do câncer de pele são pintas que aumentam de tamanho, apresentam formato irregular, mudam de cor, coçam ou sangram. Além disso, é preciso estar atento a feridas que não cicatrizam e manchas escuras que aparecem repentinamente na superfície da pele.
Quando o câncer de pele é detectado precocemente, o tratamento costuma ser cirúrgico, com a remoção do tumor. Se a doença se encontra em estágio mais avançado, outras medidas podem ser necessárias, como a realização de imunoterapia.
Para ter ideia, segundo um estudo recente feito pela empresa Planisa, entre janeiro de 2023 e outubro deste ano, o custo das internações no Brasil por melanoma chegou a R$ 4,6 milhões. Ainda de acordo com a pesquisa, a faixa etária predominante foi de pacientes com idade entre 60 e 69 anos (26%), seguida pelo grupo de 70 a 79 anos.
Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados 28.354 atendimentos relacionados ao câncer de pele do tipo melanona entre janeiro de 2023 e julho de 2024 no Sistema Único de Saúde (SUS). Desse total, 10.298 foram cirurgias oncológicas; 8.107 foram quimioterapias e 9.949 foram radioterapias.
Em relação ao câncer de pele não melanoma, foram registrados, no mesmo período, 110.526 atendimentos, sendo 99.713 cirurgias oncológicas, 1.192 quimioterapias e 9.621 radioterapias.
Prevenção
O uso do protetor solar é indispensável para prevenir o câncer de pele. Veja abaixo outras recomendações do Ministério da Saúde para evitar a doença ou diagnosticá-la precocemente:
- Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h;
- Procurar lugares com sombra;
- Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas;
- Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 30, no mínimo. É necessário reaplicar o filtro solar a cada duas horas, durante a exposição ao sol, bem como após mergulho ou grande transpiração. Mesmo filtros solares “à prova d’água” devem ser reaplicados;
- Usar filtro solar próprio para os lábios;
- Em dias nublados, também é importante o uso de proteção;
- As tatuagens podem esconder lesões, portanto, merecem atenção.
COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL E DO JORNAL DA USP
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