HPV: vírus que causou câncer de ânus em Ana Maria Braga pode provocar outros tipos de tumores

No começo dos anos 2000, a apresentadora enfrentou um câncer de ânus em decorrência do HPV; especialista aponta outros tumores que podem surgir por causa do vírus

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Foto do author Lara Castelo

No último domingo, 31, a apresentadora Ana Maria Braga relembrou no Fantástico que, no início dos anos 2000, foi diagnosticada com câncer de ânus. Segundo a apresentadora, o tumor surgiu em decorrência do HPV (sigla em inglês do papilomavírus humano) e foi descoberto em estágio avançado.

Ana Maria se curou e, hoje, alerta sobre a importância da vacinação contra o vírus. “Se você tiver filhos menores, vai proteger para o resto da vida essa pessoa que você ama”, disse.

O que é o HPV?

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A sigla diz respeito ao papilomavírus humano, responsável pela infecção sexualmente transmissível (Ist) mais frequente no mundo, segundo o Ministério da Saúde. Ainda segundo a pasta, a transmissão do HPV ocorre pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada, ou seja, pelo toque, penetração vaginal ou anal, ou contato do vírus com a boca. Já foram identificados mais de 200 subtipos do vírus.

Cerca de 70% a 80% da população entra em contato com o HPV em algum momento da vida, principalmente por meio da atividade sexual. Embora a maioria das infecções pelo vírus seja resolvida pelo sistema imunológico, algumas persistem, o que pode resultar no desenvolvimento de lesões e, eventualmente, no desenvolvimento do câncer.

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Ana Maria Braga durante reportagem sobre o vírus HPV no 'Fantástico' de domingo, 31 de março.  Foto: Reprodução de 'Fantástico' (2024)/TV Globo

Quais os sintomas?

A maioria das infecções pelo vírus é resolvida pelo próprio sistema imunológico e não provoca sintomas. “Isso vai depender do subtipo de vírus de HPV que provocou a infecção”, explica a oncologista Mariana Scaranti, do Hospital Nove de Julho, em São Paulo.

No caso de uma infecção persistente, o resultado pode ser o desenvolvimento de lesões. Nesses casos, os sintomas típicos de HPV são as verrugas na região genital e no ânus. Elas costumam aparecer de dois a oito meses após a infecção, segundo o Ministério da Saúde.

Eventualmente, uma infecção duradoura pode gerar lesões que se transformarão em um câncer.

Quais tipos de câncer podem ser causados pelo HPV?

Segundo o Ministério da Saúde, o HPV é responsável pela quase totalidade dos cânceres de colo de útero.

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Além disso, ele está por trás de 85% dos cânceres de ânus, 35% dos de orofaringe e 23% dos de boca (tipo específico que costuma ser incluído no grupo de orofaringe).

O vírus ainda pode provocar tumores malignos nas regiões genitais, como pênis, vulva e vagina.

Vale reforçar que nem todas as pessoas que têm contato com o HPV vão desenvolver câncer.

Quais as formas de prevenção contra o HPV?

Segundo Mariana, a principal estratégia nesse sentido é a vacinação. O imunizante contra o HPV é disponibilizado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) há dez anos. Sendo que, hoje, podem tomar as doses da vacina os seguintes grupos: meninos e meninas de 9 a 14 anos, adultos imunossuprimidos (com HIV, câncer ou transplantados) de até 45 anos, e vítimas de abuso sexual até a mesma idade.

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A vacina tetravalente disponível na rede pública protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 – os dois primeiros causam as verrugas genitais, enquanto os dois últimos são responsáveis por cerca de 90% dos casos de câncer do colo do útero. Há ainda um outro imunizante, nonavalente, que protege também contra os subtipos 31, 33, 45, 52 e 58 do HPV, e está disponível somente em clínicas particulares.

Além da vacinação, outra estratégia fundamental no combate ao HPV é o uso de preservativos. Mas, como esse método não é 100% eficaz no combate à doença, segundo o Ministério da Saúde, é importante combinar o uso de preservativos com a vacinação.

Para evitar especificamente o câncer de colo de útero provocado pelo HPV, outra estratégia é a realização regular do papanicolau. Trata-se de um exame ginecológico que identifica infecções no colo do útero e pode detectar a doença antes que ela se transforme em um tumor. Segundo a oncologista, a periodicidade de realização desse exame deve ser decidida junto com o ginecologista.

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