IBGE aponta atendimento médico infantil abaixo do mínimo recomendável no Brasil

Novo indicador de qualidade aponta dá nota 5,7 aos serviços; score fica abaixo da menor nota aceitável, 6,6

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Foto do author Roberta Jansen

RIO - A qualidade das consultas médicas oferecidas a crianças de menos de 13 anos no Brasil está abaixo do recomendável. A conclusão é da Pesquisa Nacional por Amostragem (PNAD) Contínua: Atenção Primária à Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na manhã desta quarta-feira, 21.

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A pesquisa apresenta um novo indicador, o PCATool, que avalia os atributos das consultas na atenção primária. A escala vai de 0 a 10. Um escore acima de 6,6 indica que os serviços atendem com qualidade. Para o Brasil, o escore geral obtido no ano passado foi 5,7; bem abaixo do padrão mínimo de qualidade preconizado.

Nenhum Estado atingiu um escore igual ou superior a 6,6. As unidades da federação com os maiores escores são: Mato Grosso (6,4), Distrito Federal (6,1), Santa Catarina (6,1), Rio Grande do Sul (6,0) e Paraná (6,0).

O módulo Atenção Primária à Saúde da PNAD Contínua 2022 incorporou ainda outro indicador inédito para a avaliação dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), o Net Promoter Score (NPS). Esse escore já é usado no serviço privado e avalia não apenas a consulta médica (como o PCATool), mas para qualquer tipo de contato com uma Unidade Básica de Saúde ou Unidade de Saúde da Família.

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A pesquisa apresenta um novo indicador, o PCATool, que avalia os atributos das consultas na atenção primária Foto: MARCELLO CASAL JR./AG. BRASIL

Em 2022, 31,5 milhões de crianças menores de 13 anos (82,9% do total dessa faixa etária) utilizaram algum serviço da Atenção Primária à Saúde nos 12 meses anteriores à entrevista, o que evidencia o alcance do SUS. Seus responsáveis atribuíram notas de 0 a 10 a esse atendimento. Os tipos de atendimentos investigados incluíram o acesso a qualquer profissional de saúde para realização de consultas, exames, vacinação, nebulização, entre outros.

Um quinto dos entrevistados (19,4%) atribuiu nota de 0 a 6 ao atendimento, indicando que o serviço prestado não foi considerado satisfatório. No entanto, outros 33% deram notas 7 e 8 ao atendimento; e 47,6%, notas 9 e 10.

“De forma geral, os pais ou cuidadores avaliaram positivamente o atendimento, mas as notas indicam que o serviço está na zona de aperfeiçoamento; ou seja, carece ainda de melhorias”, afirmou a pesquisadora Adriana Beringuy, responsável pela pesquisa. Ela lembra a influência da covid-19 nos serviços de saúde, que pode ter tido impacto negativo nos atendimentos.

Os cuidadores das crianças relataram que os principais motivos para o atendimento foram: consulta de rotina (revisão, check-up, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento), 39,1%; problemas respiratórios ou de garganta (gripe, sinusite, amigdalite, faringite, asma, bronquite etc.), 30,9%; e outros motivos (febre, diarreia, vômito ou outros problemas gastrointestinais; acidentes, fratura, lesão, machucado; alergias e outros), 30,0%.

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No perfil sociodemográfico das crianças menores de 13 anos que realizaram mais de uma consulta médica com o mesmo profissional nos últimos 12 meses em unidade de saúde da Atenção Primária à Saúde no SUS (4,1 milhões de crianças), há um equilíbrio entre o sexo masculino (51,1%) e o feminino (48,9%). A distribuição etária apresentou diferenças mais significantes: crianças com até 6 anos (61,3%) e de 7 a 12 anos (38,7%).

A cor ou raça da criança informada por seu responsável foi predominantemente preta ou parda (59,7%), seguida da branca (39,4%), apresentando diferenças regionais onde o maior porcentual de crianças pretas ou pardas se concentrava nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Já o de crianças brancas estava concentrado nas Regiões Sudeste e Sul.

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