Eduarda Leme, de 23 anos, sofre com acne severa. Há cerca de um ano, a jovem compartilha a sua rotina de desafios e cuidados com a pele no seu perfil do TikTok. Hoje, ela soma mais de 130 mil seguidores na rede.
Em seus vídeos, Eduarda conta que tem pele acneica desde os 13 anos e que esse quadro já afetou a sua vida de diversas formas. “Já deixei de sair, de usar roupas que eu queria, de prender o cabelo, entre outras coisas”, comenta, em vídeo no Tiktok.
Segundo ela, o seu objetivo nas redes sociais é mostrar a “vida real” das pessoas com acne.
O que é acne?
É uma doença crônica caracterizada pela inflamação das glândulas sebáceas, de acordo com a dermatologista Ana Maria Pellegrini, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Essas glândulas, segundo a especialista, são responsáveis pela produção de sebo, substância gordurosa que lubrifica e protege a pele.
“Quando inflamadas, as glândulas sebáceas produzem sebo em excesso, entupindo os poros (canais por onde saem secreções) da pele. Esse processo pode causar inchaço, vermelhidão e pus na região.
O que causa a acne?
De acordo com a especialista, a acne é causada por fatores genéticos e hormonais. “Trata-se de uma inflamação bastante ligada à produção de testosterona, que aumenta muito na adolescência, em homens e mulheres. Há, contudo, adolescentes que vão desenvolver casos mais graves e duradouros devido a características genéticas”, pontua.
Segundo Ana Maria, dietas ricas em carboidratos são inflamatórias e tendem a piorar o quadro.
Vale destacar, contudo, que a acne não afeta só os adolescentes. “Há medicações, como corticoides e a vitamina B12, que podem potencializar o aparecimento de acne em adultos. Além disso, nessa faixa etária a acne pode ser um sintoma de uma doença ainda não descoberta, como ovários policísticos [distúrbio hormonal que leva à formação de cistos nos ovários] ou outras alterações hormonais”, diz.
Quais os sintomas da acne?
O principal sintoma da acne são as lesões na face, de acordo com a dermatologista Claudia Marçal, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Apesar disso, segundo a especialista, é possível que ela se manifeste também no peito, nas costas e nos ombros.
Essas lesões, de acordo com Claudia, aparecem em diversas formas, como: cravos (pontinhos brancos), pápulas (lesões sólidas arredondadas e endurecidas), lesões com pus, nódulos (lesões que atingem camadas mais profundas da pele e podem levar a sua destruição, causando cicatrizes) e cistos (maiores que as lesões com pus e que podem atingir a camada mais profunda da pele, causando dor e cicatrizes).
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Como é o tratamento?
O tratamento da acne varia de acordo com a gravidade de cada caso, segundo Ana Maria.
“Nos mais simples, o tratamento consiste em medicamentos locais, como cremes, géis e pomadas. Nos mais graves, costuma ser necessário combinar o tratamento local com o uso de medicações orais, como antibióticos ou isotretinoína [forma sintética de vitamina A comercializada muitas vezes com o nome de Roacutan]”, explica.
A especialista comenta ainda sobre a importância de realizar o tratamento de forma precoce. Segundo ela, essa é a melhor forma de evitar que o caso se agrave e gere cicatrizes de difícil remoção.
Ana Maria ressalta também os perigos de seguir receitas e tratamentos caseiros para a acne. “Não é apenas ineficaz como também pode piorar o quadro”, alerta.
Como prevenir a acne?
Um dos cuidados recomendados por Claudia para prevenir a acne é higienizar regularmente o rosto. “De preferência de duas a três vezes por dia, com extratos calmantes e de ação anti-inflamatória”, diz.
“Usar hidratante e protetor solar também é uma forma de proteger a pele contra agressores que podem estimular a produção de sebo”, acrescenta a dermatologista.
De forma geral, as especialistas reiteram que é necessário consultar um especialista para determinar os cuidados necessários para cada tipo de pele.
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