Jovem descobre que ferida no nariz era um câncer raro; especialista aponta possíveis sinais

A empreendedora Juliana Vilela descobriu um sarcoma a partir de um ferimento que não cicatrizava; ela compartilhou o caminho até o diagnóstico nas redes sociais

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Foto do author Lara Castelo

A empreendedora Juliana Vilela, de São Luís, no Maranhão, foi surpreendida no final de 2023 ao descobrir que uma pequena ferida no seu nariz era, na verdade, um câncer raro. A jovem compartilhou nas redes sociais parte da sua jornada desde o diagnóstico até o tratamento.

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A princípio, segundo seus relatos no TikTok, Juliana buscou uma dermatologista devido a um incômodo estético provocado por uma manchinha que apareceu no nariz. A médica cauterizou (ou seja, queimou) o local. Mesmo assim, a ferida não cicatrizou – aí, Juliana foi atrás de outras opiniões médicas. “Eles tinham várias teorias, mas prevalecia a de que a cauterização teria sido muito intensa e feita de forma errada”, pontua, em vídeo publicado no seu perfil.

A jovem seguiu investigando o quadro, até que oncologistas pediram para ela realizar uma biópsia (exame que consiste na retirada e análise de tecidos suspeitos). Foi então que, de acordo com vídeo publicado em dezembro de 2023, Juliana soube que se tratava de um sarcoma.

Trata-se de um câncer raro, que afeta os ossos e as chamadas “partes moles” do corpo, como músculos, células de gordura, cartilagens e tendões, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Juliana Vilela descobriu que uma ferida no nariz era um câncer raro. Foto: acervo pessoal/ TikTok @juliana.lvilela Foto: Arquivo pessoal

Em São Paulo, Juliana realizou alguns procedimentos cirúrgicos para a retirada do tumor. No dia 2 de fevereiro, ela postou um vídeo no seu Instagram falando que havia passado pela última cirurgia e que estava retornando para casa. Em postagem mais recente no TikTok, a jovem conta que foi liberada pelos seus médicos para viver normalmente, inclusive, curtir o carnaval.

Para o cirurgião João Duprat, líder do Centro de Referência de Tumores Cutâneos do A.C Camargo Câncer Center, hospital onde Juliana realizou seu tratamento na capital paulista, o caso dela não é comum. “O sarcoma é um tipo raro de câncer, ainda mais em jovens. Além disso, é um câncer grave, que pode dar metástase (ou seja, se espalhar pelo corpo). Por isso, como aconteceu no caso dela, a cirurgia é mais indicada do que a radio ou a quimioterapia”, explica. Vale destacar que Duprat não foi responsável pela cirurgia da empreendedora.

Segundo o especialista, apesar de ser raro, é preciso ficar sempre de olho em sinais que possam indicar um possível sarcoma ou outros tipos de tumores. Nesse sentido, de acordo com Duprat, merecem atenção especial as feridas que não cicatrizam após um mês e o surgimento de novas pintas.

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Nesses casos, de acordo com o cirurgião, é fundamental insistir na busca por um diagnóstico. “Se o primeiro especialista consultado não resolver, continue procurando. Muitos pacientes ficam esperando que a coisa evolua sozinha e acabam atrasando um diagnóstico. No caso da Juliana, ela teve o tratamento adequado e muito provavelmente ficará curada, graças principalmente à sua insistência”, destaca.

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