FRANCA - A Polícia Civil de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, vai apurar a morte de um rapaz de 18 anos ocorrida na noite de sexta-feira, 24. Ele sofreu uma parada respiratória e não resistiu após, segundo testemunhas, realizar uma aplicação de hidrogel no pênis.
O nome do jovem não foi divulgado, mas ele chegou a ser socorrido até o Hospital das Clínicas da cidade, onde faleceu quatro horas depois. O hidrogel é uma substância que tem sido utilizada para aumentar e preencher o volume corporal, principalmente nas coxas e nádegas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libera o uso limitado da substância, mas a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica tem restrições ao produto. O hidrogel é vendido como modelador para o corpo e o uso estético muitas vezes é feito de forma clandestina, o que aumenta o risco de efeitos colateriais.
Na polícia o caso foi registrado como morte suspeita e, de acordo com o hospital, o jovem já chegou em estado grave na Unidade de Emergência e com quadro de insuficiência respiratória aguda. O corpo do rapaz foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames.
Perigo. A aplicação teria ocorrido na residência do rapaz, na zona norte de Riberão Preto. No ano passado uma mulher morreu em Goiânia (GO) também após a aplicação de hidrogel. O uso da substância ganhou destaque também em 2014, após a internação da modelo Andressa Urach, por complicações decorrentes da utilização do produto.
Médicos explicam que uma aplicação mal sucedida pode provocar embolia e a morte, até porque após injetado não é mais possível fazer a retirada. Outro problema pode ser a quantidade excessiva e o deslocamento do produto pelo corpo, capaz também de ocasionar graves complicações. No caso do rapaz que morreu, o hidrogel usado está suspenso pela Vigilância Sanitária.
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