Lipoaspiração: entenda os principais riscos e cuidados envolvidos no procedimento

Retirada de gordura do corpo pode gerar complicações se certas regras não forem respeitadas

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Por Redação
Atualização:

Luana Andrade, ex-participante do Power Couple Brasil, reality show da Record TV, morreu aos 29 anos em decorrência de complicações durante uma lipoaspiração. Segundo nota do Hospital São Luiz, unidade do Itaim, onde a influenciadora realizou o procedimento, a causa da morte foi uma embolia pulmonar maciça.

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De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a lipoaspiração é o procedimento cirúrgico mais procurado pelos pacientes – na sequência, vem a prótese mamária. A lipo, como é popularmente chamada, às vezes acontece dentro dos consultórios e, na sequência, muitos pacientes expõem os resultados nas redes sociais, o que dá a impressão de que se trata de algo corriqueiro e sem riscos.

Mas, para garantir a segurança, é preciso ficar de olho em certos fatores. “Se a cirurgia for realizada de acordo com os preceitos da SBCP, dificilmente causará problemas. Se acontecer, é muito fora do normal”, resume o cirurgião plástico Fabio Nahas, professor livre-docente adjunto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Há certas regras que garantem a maior segurança da lipoaspiração Foto: Reprodução/Pinterest

O que é a lipoaspiração

Segundo o cirurgião plástico Fernando Amato, de São Paulo, a lipoaspiração é basicamente uma curetagem mecânica de gordura seguida de uma aspiração. Ela pode ganhar nomes diferentes dependendo da abordagem, como minilipo ou lipo HD – embora tenha boa dose de marketing em muitas dessas definições, como interpreta o especialista.

Uma minilipo, por exemplo, denota um tipo de procedimento que pode ser realizado em consultório – e não no centro cirúrgico. Aliás, não há problemas nesse tipo de prática, a depender da área tratada, claro. “Se for na papada, por exemplo, dá para fazer”, aponta Nahas. Se a ideia é focar em áreas mais extensas, aí é necessário contar com o ambiente hospitalar, onde o paciente pode ser monitorado e receber cuidado rápido em caso de intercorrências.

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Limites de retirada de gordura

De acordo com Nahas, existe uma regra definida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) que reduz muito o risco de complicações: não retirar mais do que 7% do peso corporal da pessoa em termos de volume. Ou seja, um paciente de 70 quilos só pode tirar, no máximo, 4,9 litros de gordura. Além disso, só pode aspirar até 40% da superfície do corpo, não mais do que isso.

Se esses limites não são respeitados, os problemas podem aparecer, como trombose e outras complicações sistêmicas. Amato observa que, quando se retira muito volume do corpo, essa grande oscilação pode atrapalhar o equilíbrio do organismo, elevando a probabilidade de repercussões variadas, como edema pulmonar, hipotensão e taquicardia. “O volume de gordura aspirado vem com sangue também. O paciente pode ter uma anemia e precisar de transfusão”, acrescenta.

Nahas reitera que, seguindo os limites estabelecidos pelo CFM, é difícil encarar complicações. “Mas há situações impossíveis de detectar, como a presença de doenças prévias que não são diagnosticadas em exames preparatórios”, comenta.

Como minimizar os riscos da lipoaspiração

Os especialistas dão dicas para quem está pensando em fazer uma lipoaspiração:

  • Vá até o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Há uma aba “encontre um cirurgião”. Veja, ali, se o profissional é membro da entidade, o que é um bom sinal.
  • O médico precisa abordar os riscos do procedimento. Se ele não mencioná-los, desconfie.
  • É fundamental contar com uma boa consulta prévia, em que o profissional fará um monte de perguntas ao paciente. “Às vezes, o indivíduo tem alergia à camarão, o que faz a gente suspeitar de alergia ao iodo, que é um elemento usado durante a cirurgia”, exemplifica Amato. Ou seja, esse papo tem que ser longo e minucioso. Questões aparentemente sem importância podem fazer a diferença em termos de segurança.
  • Muita gente acha que vale a pena aproveitar uma anestesia só para fazer diversas intervenções. Se o profissional não colocar um freio em um raciocínio assim, sinal de alerta. “É melhor fazer duas anestesias com intervalo de meses do que passar por uma cirurgia de 10 horas”, resume Nahas.
  • Avalie onde o cirurgião está propondo operar. Se for uma cirurgia extensa, o ambiente precisa ser adequado, com UTI à disposição.
  • Se o cirurgião topar fazer diversas intervenções em um mesmo momento, é outro sinal de atenção. Consulte outros especialistas.

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