Na noite de sábado, 19, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu entrada no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, depois de sofrer um acidente doméstico. Como apurou o Estadão, o presidente caiu no banheiro do Palácio da Alvorada no final da tarde, e o tombo resultou em um corte na região de trás da cabeça, na área da nuca.
O cardiologista Roberto Kalil Filho, um dos médicos que acompanha o presidente, contou ao Estadão que Lula precisou receber alguns pontos por causa do corte e realizou uma ressonância, exame que indicou “uns pontinhos de sangramento muito pequenos em outra região”. Nesses casos, explica ele, existe a possibilidade de o sangramento aumentar nos dias seguintes ao trauma.
Quando há aumento de sangramento, um dos riscos é que isso se torne um coágulo capaz de comprimir o cérebro. Por isso, é preciso manter o paciente em observação. “É protocolo”, comentou Kalil. Durante a reavaliação neste domingo, 20, os médicos notaram que o sangramento do presidente não evoluiu.
Kalil contou que, nos próximos dias, o presidente passará por mais exames de rotina – por isso, Lula foi orientado a cancelar a viagem que faria à Rússia, para a 16ª Cúpula do BRICS. “Ele pode voltar às atividades normais. Esses exames são só parte do protocolo”, reforçou o médico. “O risco de complicação é muito pequeno”, acrescentou.
Relembre o histórico médico do presidente
Aos 78 anos, Lula já passou por cirurgias e enfrentou um câncer na garganta em 2012. A última vez que o presidente deu entrada no Hospital Sírio-Libanês foi em janeiro, na unidade de São Paulo, para a realização de exames de rotina. Na ocasião, ele também ficou sob os cuidados de Roberto Kalil Filho e Ana Helena Germoglio.
Meses antes, em setembro de 2023, ele foi submetido a uma cirurgia de artroplastia total de quadril à direita, um procedimento que envolve a substituição da articulação do quadril por uma prótese, visando aliviar a dor e restaurar a mobilidade.
No mesmo período, ele também passou por uma blefaroplastia, que é uma cirurgia plástica das pálpebras, realizada para remover o excesso de pele, gordura ou músculo, melhorando a aparência e, em alguns casos, a visão. Ambas as cirurgias ocorreram sem intercorrências, o que significa que não houve complicações, e Lula ficou internado em um quarto particular durante sua recuperação. / COLABOROU ZECA FERREIRA
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