Mais da metade dos distritos de São Paulo já vive epidemia de dengue; veja mapa

Zonas norte e leste têm o maior número de bairros com alta incidência da doença, segundo boletim municipal; Jaguara é o mais afetado

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Por Victória Ribeiro
Atualização:

Entre os 96 distritos da cidade de São Paulo, 51 estão atualmente enfrentando epidemia de dengue, conforme indicado pelo último boletim epidemiológico da Prefeitura de São Paulo, divulgado nesta segunda-feira, 18. A epidemia é definida pela ocorrência de uma taxa de incidência superior a 300 casos por 100 mil habitantes.

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O relatório municipal, que considera os dados até a décima semana epidemiológica de 2024 (até o dia 9 de março), revela que triplicou o número de distritos em condição de epidemia em um período de apenas duas semanas. Até o levantamento realizado em 24 de fevereiro, apenas 15 distritos estavam registrando níveis epidêmicos de dengue.

Entre as regiões da capital, a zona norte se destaca por ter o maior número de localidades com incidência superior a 300 casos por 100 mil habitantes (15 distritos), seguida pelas regiões leste (14), oeste (11), sudeste (7) e sul (4).

Com relação à região norte, distritos como São Domingos, Jaçanã, Anhanguera, Tremembé e Vila Maria estão entre aqueles com os maiores índices epidêmicos. Na zona leste, destacam-se São Miguel, Itaquera, Lajeado, Guaianases e Vila Curuçá.

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Na zona oeste, Jaguara, Vila Leopoldina, Lapa, Alto de Pinheiros e Barra Funda também estão em nível epidêmico. No sudeste, Água Rasa, Cangaíba, São Lucas, Artur Alvim e Penha são os distritos com os maiores índices.

Já na região sul, apenas 4 distritos estão entre os 51 com níveis epidêmicos: Campo Limpo, Jardim São Luiz, Jardim Ângela e Capão Redondo.

A incidência geral da cidade está em 414,1 casos por 100 mil habitantes, representando um aumento de 97,4% em relação às duas semanas anteriores, o que indica que a taxa de incidência da cidade também já atingiu níveis epidêmicos.

Jaguara é, de longe, o distrito com a pior situação, com uma taxa de incidência de 5.240,1 casos por 100 mil habitantes. Em seguida no ranking dos maiores índices, aparecem os distritos de São Domingos (1.524,7) e São Miguel (1.286,1).

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Na outra ponta da lista, os distritos Vila Mariana (49,4), Saúde (59,8) e Moema (79,1) são os que registram as menores incidências de dengue no ano.

Estado de emergência

Com a incidência superior a 400 casos por 100 mil habitantes, a cidade de São Paulo decretou emergência de saúde por dengue nesta segunda-feira. O anúncio foi feito pela Secretaria de Saúde de SP, que informou que a medida será publicada em edição extra no Diário Oficial.

O número bruto de casos confirmados foi 49.721. No período, também foram confirmados 11 óbitos.

Com o decreto, de acordo com a Secretaria, estão autorizadas todas as medidas administrativas necessárias para o combate da dengue na cidade de São Paulo, entre elas compra de materiais e insumos, além de contratação de serviços e ações de vigilância sanitárias para o combate do mosquito transmissor.

Para o prefeito Ricardo Nunes, o principal impacto do decreto será o aumento da conscientização sobre a necessidade de combate à doença. “Mais de 80% dos criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, estão nos domicílios. É preciso que toda a população atue no combate da disseminação da doença”, comentou, durante evento sobre outro tema na manhã desta segunda.

Agentes da prefeitura visitam casas no Jaguara para fazer controle de criadouros do mosquito Aedes aegypti Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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Cenário brasileiro

Em apenas dois meses e meio, o Brasil já superou o número total de casos prováveis de dengue registrados durante todo o ano de 2023. Até o momento, 2024 já está sendo classificado como o segundo ano com o maior número de notificações da doença desde 2000, ficando atrás apenas de 2015. No entanto, a tendência de crescimento dos casos sugere que 2024 pode vir a se tornar a maior epidemia de dengue já registrada no país.

Segundo os dados do painel de arboviroses do Ministério da Saúde, até a última sexta-feira, 15, o Brasil acumulou 1.684.781 casos prováveis da doença. Em todo o ano de 2023, foram registradas 1.658.816 notificações, enquanto em 2015, esse número alcançou 1.688.688, conforme registros do Ministério.

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