Mais duas pessoas morrem vítimas de leptospirose após enchentes no Rio Grande do Sul

Desde o início de maio já são quatro mortes pela doença no Estado; contaminação é facilitada pelo contato com a água

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Mais duas pessoas morreram no Rio Grande do Sul vítimas de leptospirose, segundo a Secretaria Estadual da Saúde confirmou nesta quinta-feira, 23. A transmissão dessa doença é facilitada por enchentes como a que atinge o Estado desde o início do mês. Agora são quatro as vítimas mortas, e 54 casos confirmados. Ao todo, 1.140 casos foram notificados e investigados. Atualmente são investigadas outras quatro mortes, ocorridas em Encantado, Sapucaia, Viamão e Tramandaí.

As vítimas mais recentes são dois homens: um morador de Cachoeirinha, de 56 anos, que morreu em 19 de maio, e outro de Porto Alegre, de 50 anos, morto em 18 de maio. Os dois casos foram confirmados por amostra analisada pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), em Porto Alegre.

Pessoas socorridas em meio à enchente em Porto Alegre: contato com água contaminada pela urina de animais facilita transmissão da leptospirose Foto: Diego Vara/Reuters

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Os outros dois óbitos foram confirmados na terça-feira, 21. Um idoso de 67 anos morador de Travesseiro, cidade da região do Vale do Taquari, foi a primeira vítima confirmada, e a segunda foi um homem de 33 anos que morava em Venâncio Aires e morreu na última sexta-feira, dia 17.

Outros casos e óbitos já haviam sido registrados no Rio Grande do Sul antes do período de calamidade pública iniciado em maio. Segundo o Ministério da Saúde, em 2024, até 19 de abril, já haviam ocorrido 129 casos e seis óbitos. Em 2023 foram 477 casos com 25 óbitos.

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda e transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados, que pode vir a estar presente na água ou lama em locais com enchente. O contágio pode ocorrer a partir do contato da pele com água contaminada ou por meio de mucosas. Os sintomas surgem normalmente de cinco a 14 dias após a contaminação, podendo chegar a 30 dias.

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Mesmo que a leptospirose seja uma doença endêmica, com circulação sistemática, episódios como alagamentos aumentam a chance de infecção. Por isso, a Secretaria de Saúde recomenda que a população procure um serviço de saúde logo aos primeiros sintomas: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial na panturrilha) e calafrios.

O tratamento com o uso de antibióticos deve ser iniciado assim que um profissional de saúde suspeite da doença. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada.

Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.

Nos locais que tenham sido invadidos por água de chuva, recomenda-se fazer a desinfecção do ambiente com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), na proporção de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água. Outras medidas de prevenção são manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados, manter a cozinha limpa sem restos de alimentos, retirar as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer, manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais ajudam a evitar a presença de roedores. A luz solar também ajuda a matar a bactéria.

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