SÃO PAULO - O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira, 5, que pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) encontraram o Zika Vírus, que provoca doença semelhante à dengue, em amostras de sangue de pacientes do Estado nordestino. A confirmação da circulação desse vírus no Brasil só será feita pelo governo, porém, após a conclusão de testes feitos em laboratórios de referência para os quais as amostras foram enviadas.
O material foi encaminhado para o Instituto Evandro Chagas, no Pará, e para o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). As amostras são de pacientes da cidade de Camaçari, na Bahia, que apresentaram sintomas semelhantes à dengue, com manchas e erupções no corpo, sem que um diagnóstico pudesse ser estabelecido. Exames feitos de forma independente por especialistas da UFBA detectaram a presença do vírus.
Transmitido pelo Aedes aegypti e por outros tipos de mosquito, o Zika Vírus apresenta sintomas parecidos com os da dengue e da chikungunya, mas com menor gravidade. Os quadros suspeitos já reportados no Brasil foram caracterizados por febre baixa, vermelhidão nos olhos, dores nas costas, articulações, costas e cabeça e o chamado exantema (erupção na pele com pontos brancos ou vermelhos). Há relatos de pacientes com esse quadro nos Estados da Bahia, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Paraíba.
Caso se confirme a presença do Zika Vírus em pacientes brasileiros, será a primeira vez que a doença é registrada nas Américas. Até agora, o vírus já havia sido reportado em países da África e da Ásia.
Assim como no caso da dengue, o tratamento é apenas dos sintomas, com o uso de paracetamol para febre e dor. Não se recomenda o uso de medicamentos com ácido acetilsalicílico por causa do risco de complicações hemorrágicas. Os sinais e sintomas da doença duram, em média, sete dias e não há relato de mortes associadas ao Zika Vírus.
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