BRASÍLIA - A resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe cesáreas a pedido da gestante antes da 39ª semana de gestação já tem uma exceção. Mulheres que entrarem em trabalho de parto antes do prazo estipulado pelo CFM podem optar pela cirurgia, de acordo com nota publicada nesta terça-feira, 21, pela diretoria da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
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A entidade, que participou das discussões sobre a resolução do CFM, afirma que o médico que aceitar fazer o procedimento antes de 39 semanas não corre risco de praticar infração ética, desde que a mulher esteja em trabalho de parto. O CFM, questionado, informou que a avaliação está correta, porque não estaria caracterizado o agendamento.
Divulgada nesta segunda, a resolução do CFM deverá ser publicada no Diário Oficial desta quarta-feira, 22. A nova regra é uma resposta a uma série de iniciativas adotadas pelo Ministério da Saúde para tentar reduzir o que ficou conhecido como “epidemia de cesáreas” no Brasil. O País detém um dos maiores índices desse tipo de procedimento no mundo. Em hospitais particulares, 80% dos nascimentos são feitos por meio dessa cirurgia.
Na prática, a resolução do CFM libera o agendamento da cesárea depois da 39ª semana. Uma medida mais flexível do que as diretrizes sobre o tema, publicadas pelo Ministério da Saúde. No documento do governo, a recomendação é de que a cesárea a pedido da gestante somente seja realizada quando já há sinais do trabalho de parto. Com isso, haveria garantias de que o bebê estaria pronto para nascer e não seria prematuro.
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Questionado pelo Estado, o presidente do CFM, Carlos Vital admitiu a divergência com a recomendação do governo. “Não haveria motivo para esperar. Com 39ª semanas o bebê já está pronto para nascer. Há um risco de que, a mulher entrando em trabalho de parto, seja mais difícil conseguir fazer a cesárea”, disse. “Se a mulher não quer passar pelas dores do parto, esse é um direito.”
O professor da Universidade Federal de Pelotas, Bernardo Horta, afirmou que o ideal seria que governo e entidades médicas ampliassem os esforços para tentar reduzir a falsa ideia de que cesáreas são livre de riscos.
Um parto humanizado em 20 fotos
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A enfermeira Aliana Maria Cordeiro Santos, de 34 anos,planejou o momento da chegada de Gustavo, que nasceu no dia 11 de março. Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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Ela terminou a graduação, fez uma especialização em obstetrícia e se preparou para um parto normal. Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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O procedimento foi realizado na Casa Angela, na zona sul da capital Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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Em novembro, a Casa Angela passou a atender pacientes de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) por meio de um convênio assinado com a Prefeitura Foto: Gabriela Biló/Estadão
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O local, fundado em 2009, não só realiza partos humanizados, mas uma imersão no universo das maternidades Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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Em cursos, as gestantes tiram dúvidas sobre as etapas da gravidez, as transformações no corpo e o bebê. Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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O pré-natal, o parto e o primeiro ano de vida são acompanhados na casa. Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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"Além dos cursos, cheguei a fazer uma sessão de acupuntura na preparação para o parto que foi maravilhosa.", conta Aliana Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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Ela diz que o parto, que durou mais de seis horas, superou suas expectativas. Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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"A emoção de pegar o bebê no colo após um parto normal não tem preço, já tinha percebido no meu acompanhamento de parto, queria viver isso", diz. Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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"É um momento único. A dor faz parte do processo de nascimento, mas a sensação final é mágica." Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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Aliana teve a companhia do marido, com quem é casada há 11 anos. Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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"Meu marido ficou bem tranquilo, assistiu a tudo e não ficou ansioso." Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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O parto sem traumas está se tornando uma meta não só das mães, mas das instituições de saúde. Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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Na capital, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, o porcentual de episiotomias (corte realizado entre a vagina e o ânus) em partos normais te... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
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Em 2013, a taxa de procedimentos no primeiro parto era de 40,63%. Passou para 31,49% e, no ano passado, foi para 25,59%. Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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Em 2015, ao todo, foram realizados 55.213 partos, dos quais 37.560 foram vaginais Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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A Casa Angela, onde ocorreu o parto de Aliana fica na Rua Mahamed Aguil, 34, Jardim Mirante Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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A capital conta ainda com a Casa do Parto Sapopemba, na zona leste, que realiza cerca de 20 partos por mês. Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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"É um momento único. A dor faz parte do processo de nascimento, mas a sensação final é mágica." Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO