‘Não há nenhuma hipótese de eu desistir’, diz Nísia após ter permanência no cargo questionada

Ministra da Saúde participou nesta terça-feira da Comissão de Assuntos Sociais do Senado para responder sobre estratégias e crises na pasta

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Foto do author Paula Ferreira
Atualização:

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta terça-feira, 16, que não desistirá do trabalho na pasta. A fala foi dada após questionamento feito pela senadora bolsonarista Damares Alves (Republicanos-DF), que elogiou o currículo da ministra e perguntou se Nísia estava confortável em continuar no cargo.

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Nísia participa nesta terça de uma sessão da Comissão de Assunto Sociais (CAS) do Senado para responder sobre temas como dengue, crise Yanomami, e também sobre políticas colocadas em prática pelo Ministério da Saúde.

“Eu me sinto honrada por ocupar esse ministério, não há nenhuma hipótese de eu desistir desse trabalho. Quem é responsável pela minha nomeação é o presidente da República, presidente Lula, que me convidou”, disse a ministra.

Desde janeiro, Nísia tem sido alvo de fritura dentro e fora do governo. A ministra viu a tensão escalar sobretudo após a reunião ministerial de março, quando foi cobrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito de resultados na pasta no que diz respeito à dengue, crise Yanomami e os hospitais federais do Rio de Janeiro.

Nísia Trindade na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados

Na sessão desta terça-feira, Damares afirmou que não há torcida contra a ministra e que os senadores querem que ela dê certo, mas questionou a gestão de Nísia. “A senhora é uma boa técnica, é uma grande profissional, uma grande cientista, mas os erros da sua pasta são gritantes”, afirmou. Durante a fala, Damares criticou a condução do ministério no que diz respeito à vacinação contra dengue e à crise Yanomami.

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“A senhora está sendo sabotada dentro do ministério? A senhora tem controle de tudo que está acontecendo ali? A senhora está confortável em continuar nesse cargo? A senhora é muito boa, não termina a sua história na condução dessa pasta, se a senhora não estiver se sentindo confortável”, disse Damares.

Além de dizer que não desistirá, a ministra afirmou que continuará trabalhando na defesa do SUS e dos cidadãos brasileiros. “Como nas várias estratégias que recuperamos e nas inovações que temos feito”, afirmou.

Ao longo da sessão, senadores da oposição e da base do governo trocaram farpas. Na ocasião, a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia foi lembrada e criticada. O governo atual também foi criticado, sobretudo no que diz respeito a falhas na condução do combate à epidemia de dengue. Uma das menções foi a baixa adesão à vacinação.

Nísia respondeu que estratégias paralelas de combate à doença estão em curso e que “se não houvesse negacionismo à vacina, certamente as famílias estariam levando suas crianças e jovens para serem vacinados”.

Durante a sessão, senadores reclamaram da falta de proximidade da ministra com o Senado. Uma das principais críticas contra a ministra é a falta de traquejo político na condução da pasta. Em outubro de 2023, a ministra Nísia Trindade participou de uma reunião conjunta da CAS e da Comissão de Direitos Humanos.

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De acordo com a assessoria parlamentar do Ministério da Saúde, Nísia já foi oito vezes ao Congresso Nacional, sendo seis delas na Câmara e duas no Senado. Em 2023, a ministra recebeu 212 deputados e 42 senadores. Neste ano, até o momento foram 36 deputados e quatro senadores.

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