Covid-19: nº de internados em UTIs da Grande São Paulo cresce 65% em duas semanas

Em leitos de enfermaria, aumento foi de 81%; total de hospitalizados no Estado também cresceu, mas números são muito inferiores aos registrados em ondas anteriores

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Foto do author Fabiana Cambricoli
Atualização:

Em meio à alta de casos de covid-19 no País e a identificação de novas subvariantes em território nacional, o número de pacientes internados com coronavírus em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) da Grande São Paulo cresceu 65,1% nas últimas duas semanas, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde paulista. Em 25 de outubro, eram 215 pessoas nessa condição. Na última terça-feira, 8, o número passou para 335.

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O número de hospitalizados em leitos de enfermaria teve aumento porcentual ainda maior, passando de 364 para 660 no mesmo período, alta de 81,3%, também de acordo com dados do órgão estadual.

Considerando os números de todo o Estado de São Paulo, o aumento foi inferior, mas ainda expressivo. O número de hospitalizados em UTIs com diagnóstico de covid-19 saltou de 288 para 448 no período, alta de 55,5%. Já os hospitalizados em enfermaria foram de 555 para 832 no intervalo de duas semanas, aumento de 49,9%

Apesar do aumento rápido de internações, os números ainda estão muito inferiores aos registrados nas ondas anteriores da pandemia. “Temos um porcentual muito baixo de ocupação de leitos frente ao que a gente tinha. No pico da segunda onda, tivemos 13.520 leitos ocupados. Em janeiro deste ano (durante o pico causado pela variante Ômicron), tivemos 4.560″, disse ao Estadão o infectologista e secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.

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O secretário disse, porém, que o governo não descarta reavaliar medidas como a volta da obrigatoriedade de uso de máscaras em alguns ambientes, caso os números de internados continue aumentando. “Nós estamos acompanhando. Se forem necessárias medidas mais austeras, como o retorno da obrigatoriedade do uso de máscaras em transporte público, avaliaremos. Os números darão a pauta de qualquer decisão”, afirmou.

O cenário de alta de casos e internações fez a Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do governo de São Paulo emitir um alerta sobre o aumento expressivo na transmissão da doença no Estado. No alerta, o Conselho Gestor da secretaria, antigo comitê científico do governo de São Paulo para tratar da pandemia, ressalta que já foram confirmados casos e óbito pela subvariante da Ômicron BQ.1, associada ao aumento de casos em outros países.

“O grupo de especialistas segue monitorando permanentemente a pandemia e irá se manifestar sempre que houver necessidade”, disse, em nota, o infectologista David Uip, secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde de São Paulo.

Número de internados em UTI covid-19 cresceu nas últimas semanas Foto: Tiago Queiroz/Estadão

No documento, a secretaria apresentou uma série de recomendações para reduzir o risco de contaminação. Entre as medidas recomendadas estão a aplicação das doses de reforço nos adultos maiores de 18 anos que ainda não as tomaram e o uso de máscaras em locais de maior risco, como transporte público, serviços de saúde e farmácias. Veja todas as recomendações abaixo:

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- Reforçar a necessidade de que todos os adultos com mais de 18 anos recebam as doses de reforço das vacinas. Ainda são 10 milhões de adultos que não tomaram a primeira dose de reforço e 7 milhões sem a segunda dose de reforço.

- Reforçar a necessidade de aumentar a cobertura vacinal de crianças e adolescentes. Tem sido observado aumento de internações nesse grupo populacional, e a vacinação é necessária e segura para proteger nossas crianças e adolescentes.

- Reforçar a necessidade de disponibilidade de tratamento com antivirais a pessoas com covid que apresentem sintomas leves ou moderados, especialmente nos grupos vulneráveis para evitar quadros graves que possam levar à internação e eventualmente à perda de vidas.

- Recomendar a utilização de máscaras em situações de maior risco de transmissão do vírus, como transporte público, e reforçar a necessidade de uso de máscaras em serviços de saúde, incluindo farmácias, onde há maior probabilidade de pessoas sintomáticas procurarem testagem e medicamentos sintomáticos para quadros gripais.

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- Recomendar o uso de máscaras para os grupos populacionais mais vulneráveis, incluindo os mais idosos e pessoas com comorbidades.

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