Ômicron: OMS diz que variante se expandirá; ainda não há mortes pela nova cepa

Entidade pede que os governos examinem casos detectados e avaliem riscos para tomar medidas de contenção

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta sexta-feira, 3, que não há dúvida de que a variante Ômicron vai se propagar pelo planeta. Até o momento, conforme a OMS, ainda não houve nenhuma notificação de morte pela cepa. A entidade pediu que os governos examinem os casos detectados dentro de suas fronteiras e avaliem os riscos para tomar medidas de contenção.

PUBLICIDADE

"Podemos estar seguros que essa variante se expandirá. A Delta também começou em um lugar e, agora, é predominante", afirmou o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 3. "Uma vez que é detectada uma variante e se começa a vigilância, ela é encontrada mais e mais. Isso funciona assim. Quando se descobre, é porque já há uma série de casos em mais algum lugar."

A Delta foi detectada na Índia no segundo semestre do ano passado. Hoje, representa mais de 90% dos casos de covid-19 no mundo. 

Com Ômicron, máscaras voltaram a ser obrigatórias em lojas e no transporte público da Inglaterra. Foto: Kirsty Wigglesworth/AP - 03/12/2021

A OMS, porém, fez um apelo para que o mundo não entre em pânico com a nova variante. A agência destacou que é preciso levar em conta que a Delta foi a causadora de um aumento considerável de casos e internações em vários países, particularmente na Europa, nas últimas duas semanas. 

Publicidade

"Os confinamentos, o fechamento de certas atividades econômicas, de mercados de Natal em partes da Europa, isso aconteceu antes da Ômicron”, disse Lindmeier. "A razão foi o aumento de casos da Delta. Não percamos essa perspectiva."

Sobre as restrições de viagens impostas em alguns países, o porta-voz indicou que isso só se justifica se for medida para ganhar tempo, quando o sistema de saúde está em dificuldade. "Ao invés de fechar fronteiras e impor restrições, é preferível preparar o país e o sistema sanitário para que os casos cheguem", destacou. 

Lindmeier indicou que é mais sensato reforçar a testagem de viajantes nos aeroportos. A adoção de barreiras entre países é uma estratégia que não encontra endosso na liderança da OMS. 

‘Muito transmissível’

Publicidade

A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, disse que a Ômicron é “muito transmissível”, durante uma entrevista na conferência Reuters Next, nesta sexta, 3. "Até que ponto devemos ficar preocupados?”, questionou. “Precisamos estar preparados e cautelosos, não entrar em pânico, porque estamos em uma situação diferente de um ano atrás." 

Swaminathan, porém, afirmou que é “cedo” para tirar conclusões sobre o comportamento da cepa. "Precisamos esperar, espero que seja mais ameno", disse. Ela destacou que o mundo está “mais preparado” para a variante por conta do avanço da vacinação. 

Ainda, afirmou que, para se tornar dominante, a Ômicron terá de ser mais transmissível do que a variante detectada na Índia. "A Delta é responsável por 99% das infecções em todo o mundo. Essa variante teria que ser mais transmissível para competir e se tornar dominante mundialmente.É possível (que isso aconteça), mas não é possível prever", declarou./EFE e Reuters

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.