PUBLICIDADE

Passar repelente direto na pele ou por cima da roupa? Tire essa e outras dúvidas sobre o produto

Especialistas dão dicas sobre a escolha do produto e a forma ideal de aplicação no dia a dia

PUBLICIDADE

Foto do author Lara Castelo
Atualização:

O uso de repelente é uma das medidas de proteção indicadas pelo Ministério da Saúde para evitar a picada do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue e também da zika e do chikungunya. Mas qual o melhor tipo de produto? Devemos aplicá-lo na pele ou por cima da roupa? A seguir, respondemos às principais dúvidas sobre o assunto.

Quais os melhores repelentes?

PUBLICIDADE

Segundo a infectologista Rosana Richtmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), os mais recomendados são os têm o princípio ativo icaridina ou DEET, em concentrações de 20% a 30%.

Para o infectologista Marcelo Otsuka, coordenador dos Comitês de Infectologia Pediátrica e Materno infantil da SBI, esses princípios ativos são bons porque interferem na percepção dos mosquitos, dificultando que os insetos identifiquem atrativos em nós. “A icaridina se destaca por proporcionar mais tempo de proteção”, aponta.

Uso de repelente é uma das medidas essenciais para evitar a dengue.  Foto: Pixel-Shot/Adobe Stock

O correto é passar na pele ou por cima da roupa?

Na maioria das vezes, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o repelente deve ser aplicado nas partes expostas do corpo, ou seja, nas áreas não cobertas por roupa.

Nos casos em que houver indicação pelo fabricante, contudo, o produto também pode ser aplicado na roupa. Por isso, é importante sempre checar as orientações do fabricante antes do uso.

Creme, spray... Qual o melhor formato?

Normalmente, a eficácia do repelente não muda de acordo com a forma de apresentação, segundo o médico da SBI. Apesar disso, Otsuka orienta os consumidores a sempre verificar os rótulos.

Nas crianças pequenas, segundo o infectologista, é mais indicado usar os repelentes em creme. “Os de spray têm mais risco de entrarem em contato com olhos, boca ou nariz e causarem intoxicação nelas”, explica.

Publicidade

Vale destacar que, de acordo com a Anvisa, não existem produtos de uso oral, como comprimidos e vitaminas, com indicação aprovada para repelir o mosquito.

A partir de qual idade pode aplicar?

Segundo o Ministério da Saúde, o uso de repelentes não é indicado em crianças menores de 2 anos sem orientação médica. No caso dos repelentes com o princípio ativo DEET, contudo, o uso nessa faixa etária é proibido pela Anvisa. Sendo que, dos 2 aos 12 anos, só é permitido o uso de repelentes com esse ingrediente em concentração de até 10% e, no máximo, três vezes ao dia.

Para passar o produto em crianças também são necessários mais cuidados. Segundo a dermatologista Silvia Mayor, responsável pelo Setor de Dermatologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o ideal é evitar passar o produto no rosto e nas mãos das crianças, para diminuir o risco de o produto entrar em contato com a boca ou os olhos.

Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, o repelente não deve ser aplicado diretamente nas crianças. O indicado é que o adulto passe o produto nas suas mãos e, depois, espalhe no pequeno.

Pode passar no rosto?

Sim, mas com cuidado. O recomendado pelo Ministério da Saúde é, no caso de repelentes em spray, passar o produto nas mãos antes de passar no rosto.

A infectologista Emy Gouveia, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, reforça a importância de evitar o contato do produto com olhos, boca e nariz.

De quanto em quanto tempo reaplicar?

O tempo necessário para a reaplicação do repelente varia conforme o fabricante. Por isso, leia o rótulo.

Publicidade

Apesar disso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou algumas orientações sobre a reaplicação dos repelentes, levando em consideração três princípios ativos: icaridina, DEET e IR3535:

Para crianças de 2 a 7 anos:

  • Icaridina, de 20 a 25%: proteção de até 10 horas, aplicação até duas vezes ao dia;
  • DEET infantil de 6 a 9%: duração de 4 a 6 horas, aplicar até duas vezes ao dia;
  • IR3535: duração até 4 horas, aplicar duas vezes ao dia.

Para crianças a partir dos 7 anos:

  • Icaridina, de 20 a 25%: proteção de até 10 horas, aplicação até três vezes ao dia;
  • DEET infantil de 6 a 9%: duração de 4 a 6 horas, aplicar até três vezes ao dia;
  • IR3535: duração de até 4 horas, aplicar até três vezes ao dia.

Para adultos:

  • Icaridina, de 20 a 25%: proteção de até 10 horas, aplicação até três vezes ao dia;
  • DEET de 10 a 15%: duração de 6 a 8 horas, aplicar até três vezes ao dia;
  • IR3535: duração de até 4 horas, aplicar até três vezes ao dia.

Publicidade

Ainda, segundo o Ministério da Saúde, os melhores horários para aplicar o repelente são ao amanhecer e ao entardecer — momentos de maior atividade do mosquito transmissor.

Pode usar para dormir?

Não. De acordo com o dermatologista Heitor Gonçalves, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o recomendado, inclusive, é tomar um banho antes de dormir para remover o repelente. “Caso contrário, a pessoa vai inalar o produto durante muito tempo e corre o risco de sofrer uma intoxicação, principalmente se for criança”, explica.

Por isso, para se proteger do mosquito na hora de dormir, o especialista recomenda o uso de outros métodos de prevenção, como mosquiteiros nos berços e camas e telas nas janelas.

Protetor solar vem antes ou depois do repelente?

Antes. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recomenda, inclusive, esperar 15 minutos após a aplicação do filtro solar para que a pele esteja seca ao receber o repelente.

Os repelentes naturais funcionam?

De acordo com o Ministério da Saúde, por não serem aprovados pela Anvisa, esses produtos não têm eficácia comprovada.

Pacientes com dengue devem passar repelente?

Com certeza. Trata-se, inclusive, de uma das principais medidas individuais para evitar novas transmissões, de acordo com o Guia de Vigilância de Saúde do Ministério da Saúde. Afinal, um mosquito pode se contaminar com o vírus justamente ao picar um indivíduo com dengue.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.