Pedalar ajuda a proteger o joelho contra dores e artrose, mostra estudo; veja dicas para o treino

Pesquisa nos EUA mostra que quem anda de bicicleta ao longo da vida tem menos dor e alterações articulares, que são típicas dessa doença

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Por Thais Szegö (Agência Einstein)

Pedalar oferece diversos benefícios à saúde: fortalece o sistema cardiovascular, ajuda a regular a pressão arterial e a glicemia, entre outros. E a ciência vem descobrindo novas vantagens. Uma pesquisa publicada em setembro no periódico Medicine & Science in Sports & Exercise indica que a prática também diminui o risco de artrose nos joelhos e, em quem já tem a condição, alivia os sintomas e o avanço do quadro.

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Um grupo de 2.607 participantes com idade média de 65 anos foi escolhido na base de dados do Osteoarthritis Initiative — um estudo de dez anos realizado em diversos centros médicos dos Estados Unidos —, levando em consideração o histórico de prática de atividade física, relato de dor nos joelhos e avaliação de radiografias dessas articulações.

Os voluntários responderam a um questionário sobre atividades físicas. Eles tinham que apontar qual modalidade haviam praticado em quatro fases diferentes: dos 12 aos 18 anos de idade; dos 19 aos 34; dos 35 aos 49; e acima de 50 anos. Além disso, todos fizeram radiografia dos joelhos e passaram por uma avaliação de dor, em que informaram se tinham sentido desconforto ou rigidez nos joelhos, ou ao redor deles, na maioria dos dias por pelo menos um mês.

Os resultados mostraram que aqueles que pedalaram durante a vida tinham uma probabilidade 17% menor de ter dor frequente nos joelhos e menos evidências radiográficas de deformidade provocada pela artrose. O benefício foi cumulativo e também vale para o exercício realizado na bicicleta ergométrica.

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Pedalar, inclusive na bicicleta ergométrica, traz benefícios para o joelho. Foto: Jacob Lund/Adobe Stock

“[Pedalar] É um exercício de baixo impacto que garante um bom fortalecimento muscular das pernas, o que é importante para a proteção da articulação e para o controle dos sintomas [da artrose]”, explica o ortopedista Marcos Cortelazo, especialista em joelho e traumatologia esportiva, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Essa doença degenerativa e inflamatória provoca a destruição da cartilagem articular e leva a uma deformidade da articulação.

Ainda segundo Cortelazo, andar de bicicleta melhora a movimentação das pernas, o que engloba sua flexão, extensão e rotação. Também promove a circulação do líquido sinovial, que nutre a cartilagem articular.

A educadora física Larissa Fidelis da Silva, do Espaço Einstein de Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein, lembra também que o movimento circular realizado ao pedalar mantém a amplitude da mobilidade dos joelhos, prevenindo a rigidez articular e melhorando a funcionalidade geral da articulação. “E há ainda o benefício de a bicicleta ajudar na perda e manutenção do peso, o que é muito importante para a saúde das articulações, especialmente em pessoas com osteoartrite”, frisa Silva.

Prática deve ser regular

Mas a prática só trará benefícios se for feita de forma regular, com cargas e volume de treinos adequados para cada caso.

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“O ideal é praticar exercício de moderada intensidade, com tempo mínimo variando entre 20 e 30 minutos diários, a depender da idade e das alterações articulares, podendo ser recomendado em dias alternados”, orienta Cortelazo.

Conforme a pessoa for evoluindo, o tempo e a intensidade da atividade podem aumentar, mas sempre com orientação de um profissional.

A educadora física do Einstein orienta que a bicicleta seja utilizada com os ajustes certos para garantir que, durante o exercício, a posição esteja confortável e não cause estresse adicional sobre as articulações.

Exercícios de força também ajudam

A musculação orientada por um profissional de educação física é outra modalidade essencial para reforçar a musculatura das pernas de quem sofre com artrose. Exercícios de alongamento e flexibilidade também são importantes, pois ajudam a manter a amplitude dos movimentos e a reduzir a rigidez nas articulações.

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As modalidades de baixo impacto, como transport (aparelho elíptico), natação, pilates e caminhada, também devem fazer parte da planilha de treinos dessa turma, pois não sobrecarregam os joelhos, estimulam o aumento de massa muscular nas pernas e ajudam na manutenção do peso corporal.

Já as atividades com alto impacto, como a corrida e o crossfit, não são indicadas para quem tem artrose ou dores em geral nos joelhos, especialmente se a pessoa estiver acima do peso. “Qualquer tipo de atividade física é contraindicada para quem tem limitações articulares ou bloqueios mecânicos que impedem tal prática, a não ser com a orientação do médico”, alerta Cortelazo. “O mesmo vale para dor aguda e inflamação intensa, que podem ser sinais de uma exacerbação da osteoartrite ou de outras condições articulares que requerem tratamento”, complementa Silva.

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