Mesmo com a autorização do Ministério da Saúde para ampliar a faixa etária da vacinação contra a dengue, pelo menos 11 capitais vão seguir com a imunização restrita a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
As prefeituras de Aracaju (SE); Belém (PA); Belo Horizonte (MG); Manaus (AM); Natal (RN); Porto Velho (RO); Recife (PE); São Paulo (SP); Salvador (BA); Vitória (ES) e o Distrito Federal afirmaram que não possuem doses de vacina prestes a vencer, requisito para a ampliação autorizada pelo ministério.
Na sexta-feira, 14, a pasta enviou uma nota técnica aos Estados e ao Distrito Federal atualizando a recomendação vacinal. O documento autoriza a ampliação do público-alvo da imunização com a Qdenga nos casos em que houver doses com dois meses ou menos para a data de vencimento.
Segundo a nota, doses que vão vencer em dois meses podem ser remanejadas para municípios ainda não contemplados pela vacinação ou ser aplicadas em pessoas de 6 a 16 anos de idade. Já as doses que vão vencer em um mês podem ser aplicadas em pessoas de 4 a 59 anos, 11 meses e 29 dias de idade, o limite etário especificado na bula do imunizante.
Situação nas capitais
“Eu só tenho vacina para começar a vencer no final de novembro, então não estou dentro dessa nota técnica que foi encaminhada pelo Ministério da Saúde”, disse Luiz Carlos Zamarco, secretário de Saúde de São Paulo, em coletiva de imprensa realizada na segunda-feira, 17.
De acordo com ele, a cidade recebeu cerca de 600 mil doses, das quais 190 mil permanecem disponíveis. “Conseguimos vacinar 41% do público-alvo com a primeira dose, e mais de 20% com a segunda”.
Em Aracaju, 19.488 doses, das 20.327 que a cidade recebeu, foram aplicadas. Em Porto Velho, todas as doses recebidas foram aplicadas e a prefeitura pediu mais unidades ao ministério, que deverá recompor o estoque.
Em Vitória, a primeira etapa da imunização alcançou até agora 66% do público-alvo. Já em Belém, apenas 10,63% das crianças e adolescentes receberam a primeira dose. O número representa menos de 9 mil pessoas.
Leia mais
Em Salvador, mais de 95 mil vacinas foram aplicadas, mas menos de 27 mil crianças e adolescentes tomaram as duas doses, o que corresponde a cerca de apenas 12% do público-alvo. A situação é parecida em Natal, onde quase 20 mil pessoas receberam a primeira dose do imunizante, mas mais de 10 mil pessoas ainda não receberam a segunda.
Em Belo Horizonte também existe uma disparidade. Mais de 100 mil pessoas receberam a primeira dose, enquanto menos de 37 mil receberam a segunda. A cobertura vacinal é de 45% para a primeira dose e de 16,35% para a segunda. Em Recife, apenas 24,8% do público-alvo recebeu a primeira dose e 6,5%, a segunda.
Segundo a Takeda, fabricante da vacina, o esquema completo da Qdenga (com as duas doses) demonstrou 90,4% de redução nas hospitalizações por dengue e 85,9% de redução nos casos severos da doença. Contudo, não há informações sobre a proteção naqueles que tomaram apenas uma injeção e autoridades e especialistas reforçam a necessidade de completar o esquema vacinal com a segunda dose.
Com informações da Agência Brasil
