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Por que a biópsia líquida é promessa de revolução?

Teste, que permite diagnosticar e identificar tumores a partir de uma amostra de sangue, poderá fazer parte de todas as etapas do tratamento oncológico

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Por Estadão Blue Studio
2 min de leitura

Nos últimos anos, os tratamentos oncológicos se tornaram cada vez mais personalizados. Diversos fármacos agem contra tipos de câncer com variações genéticas específicas. Logo, identificar o tipo e características da doença é fundamental para determinar quais são os melhores tratamentos para cada caso.

A maneira tradicional de fazer isso é tirar um pedacinho do tumor e analisá-lo em laboratório — a famosa biópsia. No entanto, esse procedimento tem riscos e desafios, como a localização do tumor, por exemplo. Um dos mais promissores avanços na área de diagnósticos é a biópsia líquida, exame que, a partir de uma amostra de sangue, revela informações genéticas do tumor que escaparam para a corrente sanguínea da pessoa.

Divulgação Foto: Sean Anthony Eddy

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Mais que diagnóstico

O exame tem diversas funções, uma delas é detectar micrometástases que podem escapar do rastreamento convencional. Depois de uma cirurgia de remoção de um tumor, é praxe prescrever fármacos como medida preventiva, para evitar que a doença retorne. “Se um teste mostrar que um paciente com certeza não tem mais nada, eu poupo a pessoa de tratamentos desnecessários, efeitos colaterais, custos, exames de seguimento e visitas médicas. O impacto é enorme”, diz o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer.

Outra frente importante é decifrar doenças heterogêneas, explica o oncologista Oren Smaletz, membro do comitê gestor de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. “Às vezes, o tumor expressa no pulmão as proteínas X e Y; no fígado, as proteínas Z e W”, diz, hipoteticamente. “A biópsia líquida pode mostrar qual desses clones é preponderante na circulação.” Para casos de metástase, o teste demonstra com maior rapidez do que exames de imagem se um paciente está respondendo a uma terapia medicamentosa.

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Futuro próximo

Por enquanto, o uso da biópsia líquida é limitado, uma vez que ele é caro e não está incluído no rol da ANS, tampouco no SUS. Além disso, o resultado demora um mês, prazo que muitos pacientes não podem esperar. Para o oncologista Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, é questão de tempo para que o teste seja largamente utilizado.

“Eu antevejo que, em alguns anos, você vá ao laboratório, tire sangue e saiba se tem um câncer no seu corpo ou não. Isso não é ficção científica, a tecnologia já foi testada em animais e está em fase de desenvolvimento”, diz ele. “Eu não tenho a menor dúvida de que no futuro próximo a biópsia líquida vai ser parte importantíssima do diagnóstico, do estadiamento e da decisão terapêutica dos pacientes.”