Portadora da doença de Crohn desde menina, Lorena Eltz decidiu falar sobre sua condição nas redes

Depois de fazer uma colostomia aos 12 anos, ela se tornou influenciadora e dedica seu dia a dia dando dicas e conselhos para seus 600 mil seguidores no Instagram

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Por Ana Luiza Antunes
Atualização:

Idealizadora das hashtags #felizcomcrohn e #felizcomostomia, desde criança a influenciadora Lorena Eltz entendeu que poderia ser e fazer o que quisesse. “Ao longo do tempo, fui entendendo o que eu tinha e me aceitando. Acho que é por isso que agora eu consigo passar para as outras pessoas também”, define.

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Portadora da doença de Crohn, que causa inflamação intestinal, ela faz questão de fazer de seu perfil no Instagram um guia para pessoas que não conhecem a doença ou não sabem o que fazer ao receber o diagnóstico.

O uso das hashtags a ajuda a alcançar esse objetivo. “Toda semana tem gente nova que decidiu postar alguma foto dentro do hospital ou indo ao médico para mostrar para a família, para os amigos e muita gente passa a conhecer aquele lado da pessoa.”

Foi na internet que a influenciadora digital Lorena Eltz encontrou conforto e liberdade para compartilhar sua história. Portadora da doença de Crohn desde os 5 anos, Lorena interage com os seus seguidores mostrando vídeos da sua rotina diária em diferentes momentos da vida. “Por muito tempo eu escondia a minha deficiência porque não queria falar sobre isso. Mas logo que eu comecei a gravar os vídeos percebi que as pessoas se conectavam muito comigo”, lembra. “Senti que eu não estava sendo muito sincera se não falasse sobre a doença, e comecei a compartilhar também minha rotina no hospital”, diz.

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A doença de Crohn é crônica, não tem cura e é um dos tipos mais comuns de doenças inflamatórias intestinais. Os sintomas podem incluir febre, diarreia, cólica abdominal e sangramento retal. O tratamento com medicação ajuda a controlar a doença, mas nem sempre é suficiente.

Abrindo caminho: Lorena avançou compartilhando com internautas sua rotina no hospital e na vida Foto: Arquivo Pessoal

Desde criança, Lorena convive com as idas e vindas ao hospital. Aos 12 anos, a influenciadora precisou fazer uma cirurgia por conta da doença e, desde então, passou a usar bolsa de colostomia. Em seu perfil na rede social, Lorena divulga vídeos de como aproveitar um mergulho na piscina usando a bolsa e até reage à ida a banheiros em lugares diferentes, como avião, shows e instalações públicas.

”Na época eu passava muito tempo dentro do hospital e não via esse tipo de vídeo na internet. Ninguém mostrava essa rotina ou o que estava passando com a doença”, afirma. “De certa forma é como um guia para as pessoas que, no início, às vezes se sentem perdidas.”

Identificação

Como qualquer garota da sua idade, Lorena sempre gostou de procurar referências na internet. “Tudo o que acontecia comigo na adolescência eu pesquisava na internet. Era muito difícil encontrar histórias parecidas com a minha”, lembra. “Eu procurava referências de pessoas mais novas e só encontrava adultos ou pessoas de outros países falando sobre isso (a bolsa de colostomia).”

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Em 2020, Lorena postou sua primeira foto com a bolsa de colostomia e, mesmo desconfortável com a publicação, a recepção por parte dos seus seguidores mostrou a ela a importância de falar mais sobre a doença.

”Acabei gostando principalmente pelas mensagens das pessoas, pois muita gente se identificou”, conta. “Lembro que eu pensava muito, ‘será que sou a única adolescente que está passando por isso?’. Daí, quando postei, recebi muitas mensagens de pessoas da mesma idade que eu que também tinham feito a cirurgia recentemente ou que já tinham passado por isso havia mais tempo.”

Apoio

À medida que trocava experiências e conversava com as pessoas, Lorena conta que seu conteúdo a ajudou a entender seu próprio processo e a aceitar cada traço seu, de dentro para fora. Além das mensagens de seus seguidores e de pessoas com outras doenças, Lorena também recebe muitos feedbacks positivos das famílias, que compartilham a história de algum amigo ou familiar.

“Eu recebo muitos agradecimentos de pessoas que estavam perdidas no diagnóstico, de pessoas que cuidam de alguém na família e querem algumas dicas. Sempre dou esse suporte para as pessoas e acho que esse é o objetivo principal”, pontua.

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Recebo agradecimentos de gente que estava perdida no diagnóstico ou que cuida de alguém e quer algumas dicas. Sempre dou suporte para essas pessoas

Lorena Eltz, influenciadora

Representatividade

Com mais de 600 mil seguidores em seu perfil no Instagram, Lorena mostra que sua doença não a torna diferente, e faz questão de ressaltar que leva uma vida como a de qualquer outra mulher. “Eu faço as mesmas coisas, passo pelos mesmos perrengues e vou mostrando o que fui descobrindo para me adaptar, porque muita gente não sabe como continuar, viver e fazer as coisas”, relata.

Criadora da hashtag #felizcomcrohn, Lorena comenta que todos os dias há publicações de diferentes pessoas compartilhando sua rotina com a doença e que gosta de conhecer as histórias e saber pelo que estão passando. “Quero mesmo que as pessoas façam isso, postem para que elas se sintam melhores do mesmo jeito que eu me senti.”

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