SÃO PAULO - Em meio ao surto de H1N1, os postos de vacinação da capital paulista amanheceram tomados por filas antes mesmo de abrir as portas. Esta segunda-feira, 11, é primeiro dia da vacinação pública contra a gripe em São Paulo para idosos, gestantes e crianças de 6 meses a 5 anos, considerados grupos de risco. Balanço do governo de São Paulo divulgado na sexta-feira passada, 9, mostrou que o Estado já teve neste ano 70 mortes em decorrência do H1N1, número sete vezes maior que o registrado ao longo de todo 2015.
Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Humberto Pascale, em Campos Elísios, no centro, cerca de 20 pessoas já aguardavam o início da imunização antes das 6 horas - duas horas antes de a vacinação abrir. O primeiro da fila, o guia turístico Caio Damazio, de 27 anos, havia chegado às 4h20.
1º dia de vacinação contra a gripe H1N1 em São Paulo
1 / 161º dia de vacinação contra a gripe H1N1 em São Paulo
UBS Jardim Peri
Idosos, gestantes e crianças de 6 meses a 5 anos são considerados grupos de risco para o vírus H1N1 Foto: Werther Santana/Estadão
UBS Jardim Peri
Balanço do governo de São Paulo divulgado em 9 de abril mostrou que o Estado já teve neste ano 70 mortes em decorrência do H1N1, número sete vezes mai... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
UBS Jardim Peri
Idosos eram maioria na manhã do primeiro dia de vacinação Foto: Werther Santana/Estadão
UBS Jardim Peri
O que Alessandra não contava era com a fila daquele tamanho Foto: Werther Santana/Estadão
UBS Humberto Pascale
Formada principalmente por idosos, a fila se multiplicou em menos de uma hora na UBSHumberto Pascale, em Campos Elísios, no centro de São Paulo Foto: Felipe Resk/Estadão
UBS Humberto Pascale
Por volta das 7 horas, cerca de 120 pessoas tomavam a calçada da Rua Vitorino Camilo, em frente à UBS, e chegavam até a esquina com a Rua Albuquerque ... Foto: Felipe Resk/EstadãoMais
Padilha
Padilha voltou a pedir que as pessoas tenham calma e não procurem o tamiflu após qualquer sintoma de resfriado, que pode não desenvolver para a gripe ... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
UBS Jardim Peri
A fila na UBS Jardim Peri, na zona norte da capital paulista, jáse formava uma hora antes da abertura das portas Foto: Werther Santana/Estadão
UBS Jardim Peri
Bruna Colnaghi, de 23 anos, foi a primeira a chegar à UBS Jardim Perie desde 4h30 já marcava lugar para os avós, Elias, de 75, e Aliciene, de 70 Foto: Werther Santana/Estadão
UBS Jardim Peri
Aliciene Ferreira Souzacontou que está com uma tosse persistente há pelo menos dois meses Foto: Werther Santana/Estadão
UBS Jardim Peri
O segundo a chegar à UBS Jardim Peri foi o encanador Gildásio Osório, de 80 anos. Desde 5h10 na porta, ele afirmou que madrugou por medo de encontrar ... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
UBS Jardim Peri
Gildásio Osório se vacina contra a influenza desde 2011 e disse que, embora não conheça quem tenha contraído a doença, preferiu se prevenir logo no pr... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
UBS Jardim Peri
O surto também assusta a assistente jurídica Alessandra Oliveira, de 39 anos, que levou a filha Anna Luiza, de 3, para vacinação Foto: Werther Santana/Estadão
UBS Cambuci
Fila de crianças à espera da vacinação na UBS Cambuci, na região central da capital paulista Foto: Nilton Fukuda/Estadão
UBS Humberto Pascale
Na UBS, cerca de 20 pessoas já aguardavam o início da imunização antes das 6 horas - duas horas antes de a vacinação abrir Foto: Felipe Resk/Estadão
UBS Humberto Pascale
'Tem de se cuidar porque o negócio é muito sério', disse o aposentado Antônio Amâncio, de 68 anos, que chegou à UBS Humberto Pascaleàs 5h20 Foto: Felipe Resk/Estadão
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"A gente está assustado com esse surto", disse Damazio, que guardava lugar para uma sobrinha de 9 meses, que seria vacinada. "Tentei na semana passada em uma clínica particular. Cheguei 4h30, mas não consegui senha", conta.
Formada principalmente por idosos, a fila se multiplicou em menos de uma hora. Por volta das 7 horas, cerca de 120 pessoas tomavam a calçada da Rua Vitorino Camilo, em frente à UBS, e chegavam até a esquina com a Rua Albuquerque Lins.
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11 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1
1 / 1211 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1
3 - Como é feito o tratamento?
Inicialmente, o tratamento é realizado com medicamentos que aliviem alguns sintomas, repouso e líquidos. Para os pacientes com sinais de agravamento e... Foto: REUTERSMais
5- Se o paciente não iniciar o tratamento rapidamente, ele corre mais riscos?
De acordo com a infectologista Ana Freitas Ribeiro, um estudo realizado em 2009 no Estado de mostrou benefício na redução de óbitos por H1N1, com o tr... Foto: REUTERSMais
6 - Qual principal tese para o surto precoce de H1N1 em 2016?
O deslocamento de viajantes para regiões onde a circulação de influenza é alta durante o inverno, principalmente países do Hemisfério Norte, como Esta... Foto: REUTERSMais
9 - A vacina é mesmo eficiente?
A vacina contém três tipos de influenza, A (H1N1), A (H3N2) e B. Anualmente, a vacina é renovada, considerando as recomendações da Organização Mundial... Foto: REUTERS/GlaxoSmithKlineMais
11 - Como se prevenir?
A vacinação é a principal medida de prevenção. “É importante que os doentes fiquem em casa, evitem deslocamentos”, disse a infectologista Ana Freitas ... Foto: REUTERSMais
11 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1
O aumento de casos de gripe H1N1 desde o fim do ano passado colocou população e os governos em estado de alerta, principalmente no Estado de São Paulo... Foto: REUTERSMais
1 - Qual é a diferença entre os sintomas da gripe H1N1 em relação à gripe comum?
Os sintomas gerais das gripes são febre, dor de garganta, cabeça e no corpo, coriza, mal estar e tosse seca, com início súbito. A gripe H1N1 apresenta... Foto: PAUL BRADBURY VIA GETTY IMAGESMais
2 - Quando devo procurar o médico?
Todos os pacientes que apresentem quadro de gripe e façam parte do grupo de risco - gestantes, puérperas, portadores de doenças crônicas, obesidade, s... Foto: REUTERSMais
4 - Onde encontrar os remédios?
Os medicamentos, distribuídos pelo Ministério da Saúde, devem ser prescritos pelo médico. Cada município tem sua rede de unidades de saúde que atendem... Foto: REUTERSMais
7 - Quem deve tomar a vacina?
A vacina disponível no serviço público deve ser tomada pelos grupos de maior risco. A campanha de vacinação de influenza anual é realizada nas unidade... Foto: REUTERS/Brian SnyderMais
8 - Quais são os grupos de risco?
Crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, puérperas, trabalhador de saúde, povos indígenas, indivíduos com 60 anos ou mais de idade, adolescentes e jov... Foto: REUTERS/Eric GaillardMais
10 - Como acontece a transmissão?
A transmissão ocorre pela via respiratória, por contato próximo com doentes de gripe, durante a fala, espirro e tosse. Há possibilidade também da tran... Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃOMais
"Tem de se cuidar porque o negócio é muito sério", disse o aposentado Antônio Amâncio, de 68 anos, que chegou ao local às 5h20. "Um amigo meu ficou gripado na semana passada. Sentiu muita dor de cabeça e febre. Três dias depois, morreu."
Alerta. O surto também assusta a assistente jurídica Alessandra Oliveira, de 39 anos, que levou a filha Anna Luiza, de 3, para vacinação. "Na escola dela já tem alguns colegas com suspeita de gripe", disse. O que Alessandra não contava era com a fila daquele tamanho. "Eu esperava menos gente, mas o importante é sair daqui protegido."
Já na zona norte, a fila na UBS Jardim Pery já se formava uma hora antes da abertura das portas, prevista para 7 horas. A assistente administrativa Bruna Colnaghi, de 23 anos, foi a primeira a chegar e desde 4h30 já marcava lugar para os avós, Elias, de 75, e Aliciene, de 70. A jovem aguardou em pé por duas horas, até que a avó subiu e liberou a neta para que ela fosse ao trabalho.
"Vim cedo por causa da fila e porque disseram que cada unidade tem uma quantidade limitada de vacinas. Guardei lugar para os meus avós porque eles já são muito idosos", explicou Bruna.
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Aliciene contou que está com uma tosse persistente há pelo menos dois meses. Mesmo assim, não tomou a vacina contra H1N1 antes, em clínica particular, por falta de recursos. "Não pude pagar. É muito cara. Mas vim logo no primeiro dia da vacinação porque fiquei com medo de acabar e porque essa gripe está matando muita gente", disse.
Medo de longas filas. O segundo a chegar à UBS foi o encanador Gildásio Osório, de 80 anos. Desde 5h10 na porta, ele afirmou que madrugou por medo de encontrar longas filas. Ele se vacina contra a influenza desde 2011 e disse que, embora não conheça quem tenha contraído a doença, preferiu se prevenir logo no primeiro dia. "A gente viu na televisão que muita gente estava pegando fila, chegava e acabava a vacina. Então, do jeito que a coisa está grave, é melhor prevenir."
Meia hora após a abertura do posto, a diarista Luiza França Araújo, de 61 anos, que era a terceira da fila, pegou a senha de número 5 e conseguiu se vacinar. Ela saiu comentando com as outras pessoas da fila: "Tem que vir cedo, senão vira tumulto".
Tome cuidados, mas não exagere! Veja 5 dicas para pais e mães evitarem a gripe H1N1 entre as crianças
1 / 5Tome cuidados, mas não exagere! Veja 5 dicas para pais e mães evitarem a gripe H1N1 entre as crianças
1. Quais medidas devem ser tomadas em relação às crianças?
Os médicos sugerem cuidado, sem exagero. Lavar a mão com água e sabonete resolve na maior parte das vezes, além de fazer higiene nasal com solução sal... Foto: AFPMais
2. Há restrição para ambientes coletivos?
Não precisa deixar de levar os filhos para a escola, natação ou cinema. Mas é bom evitar lugares onde há pessoas doentes. Foto: REUTERS
3. Há exagero das pessoas em relação à gripe H1N1?
Para Marcelo Reibscheid, pediatra do Hospital São Luiz, e Nelson Douglas Ejzenbaum, da Sociedade Brasileira de Pediatria, há exagero. Muitas pessoas e... Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃOMais
4. Fazer gargarejo não previne a doença?
O H1N1 é um vírus. Se a criança respirar o vírus, ela vai pegar. Gargarejo não vai adiantar. Vai limpar a garganta, apenas. O que imuniza mesmo é a va... Foto: ReproduçãoMais
5. O que faço se está faltando vacina nos postos e a campanha nacional só começa no dia 30?
Não precisa sair correndo para vacinar. Vale destacar que a imunização completa leva pelo menos 15 dias. A imunização nacional, aliás, tem como foco o... Foto: REUTERSMais
Na UBS Dr. Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão, na Brasilândia, zona norte da capital, o movimento pela manhã foi tranquilo e a espera variava de 10 a 30 minutos. A unidade separou crianças em uma sala e idosos e gestantes em outra, estratégia que foi elogiada pela dona de casa Adriana Ferreira, de 32 anos. Acompanhada do marido, o autônomo Ricardo Ribeiro, de 33 anos, ela levou a filha Caroline Isabela, de 2 anos, para a UBS Dr. Augusto Leopoldo após tentar imunizá-la em outros dois postos de saúde. "Este foi o terceiro local que tentamos hoje (11). Aqui está diferenciado o atendimento. Passamos em outros dois postos e estavam muito lotados. Essa divisão das salas está tornando bem mais rápido o processo", disse Adriana, que esperou meia hora até a filha ser atendida. O pai consolava Caroline, que choramingava após a vacina. "Ela chorou um pouquinho, mas depois passou. Foi só uma picadinha, né, filha?"
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Na UBS Dr. Augusto Leopoldo, a coordenadora de imunização do município, Maria Luiza Ramos Nerger, explicou que cada uma das cinco regionais está em alerta caso seja necessária reposição emergencial. Segundo ela, 1.020 doses foram entregues somente à UBS da Brasilândia. Para cada unidade, o número mínimo de doses é de 200. Das 7h às 9h, em duas horas de atendimento, 240 pessoas foram vacinadas no local.
Fases da campanha. A campanha de vacinação na região metropolitana de São Paulo foi antecipada e começou na rede pública no dia 4, para profissionais de saúde. Nesta segunda-feira, 11, foi iniciada a segunda etapa da campanha, para crianças de 6 meses a 5 anos, idosos e gestantes. A terceira fase, direcionada para pessoas com doenças crônicas e mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias, terá início na próxima segunda-feira, 18. As demais cidades do Estado seguirão o calendário do Ministério da Saúde e começarão a vacinar seus moradores a partir de 30 de abril.