Precisão robótica diminui cortes invasivos em cirurgias

Uso da tecnologia também alivia o período pós-operatório

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Por Redação

O uso de peças robotizadas em cirurgias como a laparoscopia tem transformado o procedimento em algo ainda mais preciso e bem-sucedido. Consequência imediata desse processo é que as intervenções médicas estão sendo muito menos invasivas.

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“Imagina quem tem um câncer no abdômen, no fígado ou no estômago. Em uma cirurgia tradicional, teria que cortar a barriga dessa pessoa. Com a laparoscopia, são feitos pequenos furos, enche a barriga com gás carbônico e opera com pinças e uma câmera”, explica Carlos Eduardo Domene, coordenador de Robótica da Rede D’Or.

De acordo com o médico, as vantagens que podem ser obtidas com o uso de robôs no centro cirúrgico são cada vez maiores. “Na cirurgia robótica, essas pinças de laparoscopia são controladas por braços mecânicos que são remotamente controlados pelo cirurgião. Consequentemente, você tem mais precisão, mais destreza, não treme, enfim, tem uma série de vantagens em relação à cirurgia laparoscópica convencional.”

Para o pós-operatório do paciente, os avanços também são positivos. “A cirurgia robótica é muito mais precisa que a convencional ou laparoscópica, pois tem uma visão em 3D, aumentada em 20x, que permite acesso diferenciado, sendo a cirurgia minimamente invasiva e com uma recuperação mais rápida”, diz Hélio Calábria, gerente médico executivo nacional do Grupo Oncoclínicas.

Segundo o especialista, o número de equipamentos robóticos disponíveis no mercado está aumentando. “Antes tínhamos somente o Da Vinci, mas agora temos também o Robô Versius e o Robô Hugo.” Além do robô, para a realização da cirurgia, há uma equipe composta por cirurgiões robóticos (principais e auxiliares), anestesista, instrumentador e enfermeiros.

Pioneiro em cirurgias robóticas, o robô Da Vinci possui uma torre com quatro braços mecânicos, sendo um deles equipado com uma câmera 3D, enquanto os demais podem segurar qualquer instrumento cirúrgico. O cirurgião pode controlá-lo a longa distância. O Versius e o Hugo funcionam de maneira similar, porém são mais compactos e podem ser transportados para outras salas de cirurgia.

“O futuro é incomensurável. Podemos imaginar como eram os automóveis nos anos 1950 e como eles estão agora nos anos 2020”

Carlos Eduardo Domene, Rede D’Or

Hélio explica que a cirurgia robótica tem alta indicação para casos de câncer. “A tecnologia permite ver e identificar os tumores e retirá-los por completo de forma precisa, diminuindo a chance de recidiva (retorno), além de uma melhor cicatrização, com baixo sangramento durante a cirurgia.” Isso possibilita aos pacientes um pós-operatório com menos dor e uma volta às atividades normais em um tempo menor.

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No campo da robótica cirúrgica, o próximo passo deve ser a incorporação da inteligência artificial no dia a dia dos processos. Com isso, as máquinas poderão reconhecer padrões e até tomar decisões com base em conjuntos de dados robustos. “O futuro é incomensurável. Podemos imaginar como eram os automóveis nos anos 1950 e como eles estão agora nos anos 2020. É essa revolução que prevemos para os robôs”, explica Carlos Eduardo, da Rede D’Or.

COLUNA *Adriana Moreira é autora do blog "Tenho Câncer. E Agora?"

A vida depois do câncer

Receber um diagnóstico de câncer é sempre um choque. Naquele momento, perdemos o chão e o futuro parece algo nebuloso, distante. O tratamento é composto de várias etapas, que seguem vagarosas, enquanto a vida entra em uma nova rotina, permeada por consultas, exames, espetadas e muitas mudanças, no corpo e na mente.

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Pouco mais de um ano depois do meu diagnóstico de câncer de mama, o tempo ora parece ter passado rápido, ora devagar. Quando penso na minha vida pré-câncer, sinto que ela está tão distante quanto a moda das paleterias mexicanas. Ao mesmo tempo, a sensação é de que celebrei ontem a última sessão de quimioterapia (que foi em outubro).

Os efeitos colaterais dos tratamentos seguem presentes. Descobri que as dores no braço que surgiram no começo do ano ainda são reflexo da radioterapia, que terminei em dezembro. Por outro lado, retomei minha rotina de exercícios físicos e, embora não esteja com a boa forma pré-câncer, a cada mês me sinto mais forte e com mais disposição.

Sigo tomando um remédio que vai me acompanhar pelos próximos dez anos e, recentemente, passei por uma nova bateria de exames e consultas. Checar se está tudo bem a cada seis meses, agora, é uma necessidade – e esperar pelos resultados, uma tensão. Será que o câncer vai voltar?

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Não dá para saber, mas tento fazer minha parte: manter os exames e consultas em dia e ter uma vida mais saudável (mas sem radicalismos). O futuro já não parece nebuloso, mas cheio de possibilidades.

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