Prednisona: o que é, para que serve e quais as contraindicações desse remédio

Esse corticoide pode ser indicado para tratar diversas condições de saúde; há, contudo, várias ressalvas para o uso seguro do medicamento

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Foto do author Lara Castelo
Atualização:

O que é prednisona?

É um anti-inflamatório hormonal (ou seja, um corticosteroide) desenvolvido sinteticamente com base no cortisol, hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais (localizadas acima dos rins), de acordo com a farmacêutica Marília Visacri, professora do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

Para que serve a prednisona?

A prednisona tem diversos usos. Pode atuar como anti-inflamatório, antirreumático (para tratar doenças que acometem os ossos e as articulações) e antialérgico. Por isso, de acordo com a bula, ela é indicada para múltiplas questões de saúde. São elas:

  • Doenças endócrinas (afetam glândulas);
  • Doenças osteomusculares (afetam os ossos e músculos, como alguns tipos de artrite);
  • Distúrbios do colágeno (afetam vários órgãos e têm causa autoimune);
  • Doenças dermatológicas (afetam a pele);
  • Doenças alérgicas (em especial, as não tratáveis com terapia convencional);
  • Doenças oftalmológicas (afetam os olhos);
  • Doenças respiratórias;
  • Doenças hematológicas (que acometem o sangue);
  • Tumores (por ser usada, por exemplo, como medicação paliativa no tratamento de leucemia e linfomas em adultos);
  • Outras doenças que respondam ao tratamento com corticosteroides.
A prednisona pode ser usada para tratar diversas condições de saúde, mas é importante ter a orientação de um médico. Foto: Viktoriia/Adobe Stock

Quem não pode tomar prednisona?

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Pessoas que já tenham tido reações alérgicas ou incomuns à prednisona, a qualquer dos seus componentes ou a outros corticosteroides não devem tomar o medicamento.

Também há contraindicações para indivíduos com infecções, especialmente as sistêmicas causadas por fungos, e que estejam tomando antifúngicos orais, segundo a farmacêutica Patrícia Aguiar, professora do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

Vale destacar que mulheres grávidas ou que estão amamentando não devem usar o medicamento sem indicação do profissional de saúde. Isso porque, de acordo com a bula, o fármaco pode passar pela placenta e pelo leite materno – e não há estudos avaliando os possíveis perigos disso.

Pessoas com infecções no olho causadas pelo vírus da herpes simples devem falar com o médico antes de tomar o medicamento, pois há risco de perfuração da córnea (membrana que protege o globo ocular).

A bula pontua também que há situações de saúde que devem ser conhecidas pelo médico antes de o paciente seguir com o tratamento. Por isso, o acompanhamento médico é indispensável.

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Qual a maneira certa de tomar a prednisona?

De acordo com a orientação médica. Inclusive, essa medicação só é vendida mediante a apresentação da receita de um profissional de saúde.

Apesar disso, a bula faz recomendações gerais:

  • O comprimido deve ser tomado com um pouco de líquido, pela manhã;
  • A dose inicial para adultos pode variar de 5 a 60 mg diários;
  • A dose diária para crianças pode variar de acordo com o peso ou metro quadrado da superfície corporal do paciente;
  • Quando usada por um amplo período de tempo, pode ser tomada em dias alternados. Mas, de acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), o tratamento costuma durar cerca de 5 dias.

Pode ser usada por crianças?

Esse medicamento pode ser usado por crianças, mas mediante orientação e acompanhamento médico – até porque há riscos envolvidos, como prejuízos no crescimento infantil.

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Em quanto tempo a prednisona faz efeito?

De acordo com a bula, o pico do efeito acontece de uma a três horas depois da ingestão oral do medicamento.

Quais são os efeitos colaterais da prednisona?

De acordo com as especialistas, o efeito colateral mais comum da prednisona é a dor de estômago. Além disso, elas destacam que o uso prolongado do medicamento pode causar ganho de peso, hipertensão, retenção de líquidos e osteoporose (doença caracterizada pela fraqueza óssea).

A bula cita ainda possíveis reações psiquiátricas, neurológicas, oftalmológicas e dermatológicas.

Além disso, de acordo com a bula, a interrupção abrupta do uso da prednisona pode levar a problemas renais. Por isso, em caso de reações adversas, é mais indicado diminuir a dose do que parar com o tratamento por completo – além, é claro, de falar com o médico.

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Pode tomar com outros medicamentos?

Depende. De acordo com a bula, há substâncias que, se ingeridas em conjunto com a prednisona, podem atrapalhar os efeitos da medicação, além de causarem prejuízos ao organismo. Seguem alguns exemplos:

  • Anti-inflamatórios não hormonais, como o ácido acetilsalicílico, conhecido popularmente como aspirina;
  • Antirretrovirais, como o ritonavir e lopinavir;
  • Antifúngicos, como o itraconazol e a anfotericina;
  • Anticonvulsivantes, como fenobarbital e fenitoína;
  • Estrogênios (hormônios femininos);
  • Antidiabéticos;
  • Hormônios do crescimento.

Ainda segundo a bula, o álcool também não deve ser consumido em conjunto com a prednisona. Essa mistura pode causar problemas gastrointestinais.

As especialistas destacam que durante o tratamento com prednisona com altas doses, não é recomendado tomar vacinas produzidas com vírus vivos atenuados. Segundo elas, isso acontece porque altas doses desse fármaco podem diminuir a resposta imunológica do organismo, deixando-o mais suscetível a infecções.

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