SÃO PAULO - A gestão João Doria (PSDB) mudou a estratégia relativa à distribuição de medicamentos na rede pública. O secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, afirmou nesta segunda-feira, 17, que a entrega de remédios continuará sendo feita nas farmácias dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Diferentemente do planejado inicialmente, a rede privada prestará apenas um apoio complementar em uma segunda fase, sem prazo. “Voltar atrás não é defeito, mas qualidade”, disse.
O recuo se deu após três meses de pressão dos mais variados setores de defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) na capital. Pollara citou, por exemplo, representantes do Conselho Municipal de Saúde e vereadores paulistanos.
Após assumir o cargo, em janeiro, o secretário afirmou por diversas vezes que farmácias privadas e não UBSs são os locais adequados para distribuição de remédios. A mudança no discurso é, segundo Pollara, fruto dos estudos realizados até agora. Nesta segunda, ele reconheceu que as orientações fornecidas nas unidades de saúde são importantes para os pacientes fazerem bom uso dos remédios .
Abastecimento. Doria e Pollara relataram ainda que até 12 de abril foram investidos R$ 95,9 milhões na compra de medicamentos, mais da metade do que se gastou em todo o ano passado. As compras possibilitaram, segundo o secretário, o abastecimento quase que completo de 90% das UBSs.
Mas ainda falta remédio em algumas unidades. O Estado encontrou nesta segunda pacientes que buscavam, mas não encontraram ibuprofeno (anti-inflamatório) e dimenidrinato (contra náuseas). “Disseram que não tinha previsão”, afirmou a bombeira Deisi Tatiane, de 32 anos, que foi à UBS Vila Barbosa, na zona norte. Já Sônia Dantas, de 64 anos, reclamou da falta do ibuprofeno. “Mas outros remédios agora chegaram.”
Procurada, a secretaria informou que “há uma compra emergencial” de ibuprofeno em curso. Já para dimenidrinato, a previsão “é de que esteja disponível no próximo mês”.
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