A estudante Bia Suzuki tinha 22 anos quando o primeiro sinal da enfermidade apareceu: sangramento após fazer força para evacuar. Por insistência da irmã, que viu a marca de sangue no lixinho do banheiro, Suzuki procurou um médico, mas não se submeteu à colonoscopia prescrita. Pelos dois anos seguintes, os sintomas progrediram para dor e inchaço abdominal, sensação de evacuação incompleta e perda de peso sem motivo aparente. O diagnóstico veio somente aos 25 anos: câncer colorretal.
“Eu estava curtindo a juventude e nunca tinha visto informação de que um jovem podia ser acometido por alguma doença grave”, relembra ela, cinco anos, três cirurgias e seis sessões de quimioterapia depois. Se no passado a sua preocupação com o estilo de vida se resumia à estética, hoje a estudante prioriza a saúde. Suzuki reforçou os cuidados com a alimentação, reduziu o consumo de embutidos e não negligencia mais os exames de rastreamento, realizados a cada seis meses.
Conhecimento
Há quatro anos, a estudante começou a compartilhar a sua história pela internet, com o intuito de alertar outros jovens que ignoram sintomas.
Educação é uma palavra-chave no que diz respeito a prevenção e diagnóstico de câncer. “É fundamental que as pessoas conheçam os sinais e sintomas de risco, não se automediquem, procurem um médico e insistam na realização de exames”, diz Felipe Coimbra, cirurgião oncológico do A.C.Camargo Cancer Center. “Detectar o câncer com alguns meses de antecedência aumenta a chance de cura, diminui sequelas e reduz os custos do tratamento.” Sinais de alerta incluem fadiga, perda de peso inexplicável, qualquer sangramento e dor persistente.
Um passo anterior ao diagnóstico precoce é a prevenção. Coimbra explica que, quando se fala de câncer, existem dois fatores de risco, os inevitáveis — como uma mutação genética — e os evitáveis. “Com hábitos de vida saudáveis, estima-se que 30% a 50% de todos os tipos de câncer poderiam não acontecer.”
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