Projeções feitas pelo Centro de Contingência contra a Covid-19 estimam que o Estado de São Paulo pode ter entre 26 mil e 31 mil mortes pelo novo coronavírus até o dia 15 de agosto. Em números de casos confirmados da doença, a estimativa é de que, até esta data, o Estado tenha entre 620 mil a 720 mil casos. As estimativas foram apresentadas em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 3.
Balanço da Secretaria Estadual da Saúde, também divulgado na coletiva, mostra que o Estado tem nesta segunda-feira, 3, 23.365 mortes, 48 delas registradas em 24 horas, e 560.218 casos confirmados, 1.533 deles também registrados em 24 horas. Às segundas-feiras, os registros de mortes e casos confirmados costumam ser menores, dado o atraso no registro aos finais de semana.
De acordo com o balanço, 378.683 pessoas já se recuperaram da doença em todo o Estado, de acordo com o balanço. A taxa de ocupação dos leitos de UTI na Grande São Paulo é de 61,6%. No Estado, de 59,9%. O Estado tem 5.570 pacientes internados em leitos de terapia intensiva e 7.486 em leitos de enfermaria, entre casos suspeitos e confirmados.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, apenas três dos 645 municípios paulistas não registram casos da doença. São eles: Arco Íris, Florínea e Ribeirão Corrente. Mas o Estadão apurou que são apenas duas as cidades sem casos. Arco Íris já tem dois casos da doença: um foi confirmado na sexta-feira e outro nesta segunda-feira.
Queda em óbitos e internações
De acordo com o governador João Doria (PSDB), o Estado teve nova queda de casos e óbitos na última semana. Na semana entre 26 de julho e 1 de agosto, houve uma diminuição de 8% nas mortes em relação à semana anterior, de 19 a 25 de julho. Ao todo, foram registrados 1.719 óbitos, o que representa 151 vítimas fatais a menos.
No mesmo período, também houve queda de 2,5% no número de internações pelo coronavírus no Estado. Ao todo, foram 12.874 internações contra 12.551 pessoas internadas na semana anterior. "São boas notícias que precisam ser registradas com prudência", afirmou Doria, alertando que o distanciamento social e uso de máscara continuam essenciais no combate à pandemia.
Na capital paulista, houve redução de 5% nas internações, enquanto a taxa observada no interior teve queda de 1%. Ambas as regiões diminuíram em 5% o total de óbitos pela covid-19. De acordo com o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, isso indica que o Estado está se aproximando do platô na curva de infecções e mortes pelo novo coronavírus. “Os dados sugerem que o interior pode também, assim como a capital, estar saindo do platô”, destacou.
Gorinchteyn também observou que, desde o início da pandemia, o Estado realizou 1.778.000 testes para a covid-19, o equivalente a 25% do total realizado no Brasil. "Chegamos a níveis de testagem similares aos países europeus, com 23 mil testes diários", afirmou.
Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, observou que o aumento nos testes não significa necessariamente aumento no número de casos e óbitos. “Nós estamos entendendo melhor onde as pessoas infectadas estão”, disse.
O governador afirmou também que São Paulo tem recebido pacientes de outros estados na rede pública de saúde, representando cerca de 30% do atendimento à covid-19 apenas no complexo do Hospital das Clínicas. "Ninguém fica sem atendimento", afirmou.
Novo chefe do Centro de Contigência contra a Covid-19
Doria também anunciou José Osmar Medina como novo coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, composto por 10 médicos e especialistas. Ele assumirá o posto pelos próximos 15 dias e substitui Paulo Menezes. Os outros membros são: Jean Gorinchteyn, José Henrique Germann, David Uip, Marcos Boulos, Dimas Covas, Luiz Carlos Pereira Junior, Paulo Menezes, Helena Sato, Luiz Fernando Aranha, Carlos Fortaleza, Benedito da Fonseca, Esper Kallás, Rodrigo Angerami, João Gabbardo, Carlos Carvalho, Julio Croda, Hélcio Teixeira, Geraldo Reple e Edson Aparecido.
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