A higiene bucal depende da organização e disciplina de cada um, mas a presença de bons instrumentos podem ajudar - e muito. O grande protagonista quando falamos de higienização dos dentes é a escova, que deve ter o tamanho adequado para a faixa etária e cerdas macias. Mas sua escolha pode ser difícil. “A escova ideal deve ter cerdas planas e ultramacias, pontas arredondadas e grande quantidade de cerdas, preferencialmente acima de cinco mil”, diz a odontopediatra Sinara Luana Cardoso Bomfim.
Claro que não contamos cada uma das cerdas, portanto o melhor a se fazer é buscar a indicação de um dentista de confiança para entender sua necessidade. Escovas elétricas, por exemplo, podem ser boas pedidas para quem não faz a escovação corretamente. Para isso, é preciso caprichar em suaves movimentos circulares, explica Sinara. “Escove a face voltada para a bochecha e a face interna dos dentes, e a superfície usada para mastigar sempre após as refeições”, recomenda ela.
O cuidado com a escova após a escovação é crucial para a vida útil dela. “A boa limpeza da escova de dentes deve ser feita em água corrente, sempre após o processo de escovação. Depois disso, o excesso de água deve ser retirado com o intuito de não deixá-la úmida, evitando a proliferação de bactérias”, diz a odontopediatra.
Não é difícil somar os fatores: umidade, falta de circulação de ar e muitas vezes restos de comida. O trio forma ambiente propício para fungos e bactérias. Por isso, é preciso fazer a higiene diária da escova.
Ao guardá-la, devemos colocar a escova dental dentro do armário ou em recipiente aberto, longe do vaso sanitário, para não abafar. Afinal, quando damos descarga milhares de bactérias são lançadas ao ar e podem atingir a escova dental. É interessante também sempre fechar a tampa do vaso para dar a descarga e evitar a proliferação, assim como evitar o contato com outras escovas. Outra dica importante é lavar as mãos antes de usar.
“Batidinhas na beira da pia não tiram totalmente a água. O ideal é secar a escova com papel absorvente ou ter toalha exclusiva para a escova. Você usa, seca e guarda em ambiente protegido”, afirma. Mesmo quando seca, é sempre bom guardá-la na posição vertical. A horizontal, como ficaria dentro de uma gaveta, por exemplo, pode dificultar ainda mais a secagem interna das cerdas.
“Se você usar uma capa protetora (especialmente se a escova estiver úmida), ela pode favorecer a proliferação de bactérias, fungos e vírus. Esta só deve ser usada como proteção para transportar a escova dentro de necessaires, por exemplo”, orienta Sinara. Lembre-se de sempre manter a limpeza da capa de proteção em dia.
De tempos em tempos, é possível, também desinfetar sua escova, colocando-a em um potinho com enxaguante bucal antibacteriano durante 30 segundos.
Quando devo trocar minha escova de dentes?
A escova deve ser trocada após o terceiro mês de uso, mas é sempre bom observar o aspecto da sua escova. Se ela estiver com as cerdas abertas ou desfiadas, pode ser um sinal para a troca. Cerdas danificadas não limpam com a mesma ação, o que pode fazer com que a pessoa coloque mais força para escovar os dentes e prejudique a gengiva. “Lembrando que sempre que a pessoa passar por um resfriado ou processo viral , fúngico ou bacteriano , deverá trocar a escova”, lembra ela.
Já as elétricas, devem ser usadas até ficarem sem bateria, e só então ser carregadas por completo. Ao contrário, pode reduzir a vida útil da bateria. O tempo de troca da cabeça da escova, no entanto, permanece o mesmo da manual: de três a quatro meses.
*Inspirado na pergunta da leitora Giovanna Barreto, de São Paulo
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