Sangramento nasal: por que acontece e quando se preocupar

Na maioria das vezes, o problema e fácil de resolver e não requer atendimento em uma unidade de saúde

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Por Beatriz Bulhões
Atualização:

No inverno, são comuns episódios de sangramento nasal. Apesar do susto, especialistas concordam que, na maior parte das vezes, não se trata de algo preocupante, mas há exceções.

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“Na grande maioria, os sangramentos são autolimitados, ou seja, de pequena quantidade e param espontaneamente, não são preocupantes de uma forma geral”, diz o presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Fabrizio Romano.

O médico explica que a área do nariz é repleta de vasos sanguíneos que são muito delicados e podem sangrar por diversos motivos. No geral, os sangramentos acontecem na parte da frente do septo, a fina parede que separa as narinas.

Sangramentos curtos e com pouco volume são, quase sempre, resolvidos apenas com a compressão do nariz Foto: maroke/Adobe Stock

Os casos leves são observados com base na frequência e volume de sangue. Ver o líquido vermelho mais de uma vez por dia, por exemplo, é considerado um sinal de alerta.

Caso o sangue não saia em filetes, mas sim em maior volume ou por mais de dez minutos, também é preciso ficar atento. Nessas situações, o sangramento pode ter origem na parte de trás do septo ou nas paredes internas do nariz, sendo mais difícil de estancar.

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Tempo frio e seco

Um dos sangramentos mais comuns está relacionado à transformação do muco em crosta devido ao tempo seco. “Às vezes, sangra porque a criança foi catucar o nariz e arrancou as crostas, outras porque a pessoa assoou o nariz com muita força”, resume o otorrinolaringologista.

Nesses casos, o recomendado é lavar o nariz com frequência, usando soro fisiológico, ou utilizar compostos médicos específicos, como alguns tipos de gel.

Em relação à lavagem, um alerta: “o jato do soro deve ser sempre direcionado para a parede lateral do nariz, e não para o septo, ou a força que você aplicar também irá gerar sangramentos”, diz o médico Denilson Szkudlarek, do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO).

Rinites e sinusites

Pessoas que têm algum tipo de alergia ou inflamação na área nasal tendem a coçar mais o nariz. Essa fricção, se for muito forte, pode romper os vasos e causar o sangramento.

Esse tipo de sangramento costuma ser repetitivo, mas pequeno e sem gravidade. Uma pequena compressão desses vasos já faz com que o quadro desapareça.

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O passo a passo, orienta o presidente da ABORL-CCF, é pegar o polegar e o indicador e apertar um pouco o nariz, como se fosse sinalizar um mau cheiro. Mantendo essa compressão por, no máximo, cinco minutos, o sangue deve parar por conta própria.

Crianças

Com as crianças acontece a mesma coisa, porém os pais tendem a ficar mais preocupados e adotar medidas que não ajudam a estancar o sangue. “O problema é que a maioria das pessoas vê o nariz da criança e puxa a cabeça dela para cima, só que acaba saindo mais sangue quando ela volta”, explica Szkudlarek.

A receita é sentar a criança numa cadeira, deixando a cabeça em posição normal ou inclinando-a um pouco para a frente. Depois, seguir com a compressão da mesma forma. Caso necessário, um gelo no local também pode ajudar.

Traumas

Outro fator comum para o sangramento nasal em crianças são os traumas causados por quedas ou brincadeiras. Caso o pequeno tenha sido atingido por uma bola de futebol no rosto, por exemplo, vale a mesma receita de compressão da área para estancar o sangue.

Antes de desconfiar de uma fratura do nariz, observe outros fatores, como algum ponto diferente no osso ou a região ficando arroxeada. Em geral, o fluxo de sangue também tende a ser muito maior em casos graves.

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Idosos

Grupos de risco, como idosos, devem ser observados com mais cautela. Esse público costuma ter o tipo mais grave, quando o sangramento ocorre nas partes internas do nariz, atrás do septo.

“Os idosos têm mucosas mais atróficas (finas), com vasos que já têm aterosclerose (estreitamento) e são mais rígidos”, conta o profissional do IPO.

Nesses casos, a pressão alta pode ser a grande vilã, seja causando o próprio sangramento ou fazendo com que ele aumente. Nesses eventos, um médico deverá ser procurado tanto para o sangramento nasal como para o controle da pressão sanguínea.

Tosse com sangue

Caso o sangue não saia da narina e sim da garganta, no momento da tosse, o diagnóstico pode mudar. Se o sangramento for intenso e frequente, pode se tratar de um caso de tuberculose e é necessário buscar atendimento médico.

Por outro lado, caso seja pouco sangue e os episódios sejam esporádico, possivelmente a origem é outra. “Às vezes, escovando o dente, a escova bate na gengiva e o sangue cai na garganta. Ao tossir, pode sair um pouco, nada grave”, tranquiliza Szkudlarek.

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