São Paulo registra 51 mortes por dengue em 2024; Rio tem 2 mil casos em 24h

Estados alertam para necessidade de prevenir criadouros do mosquito transmissor

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Foto do author Paula Ferreira
Atualização:

O Estado de São Paulo já registra 51 mortes por dengue em 2024. De acordo com dados do painel de monitoramento da dengue da secretaria estadual de saúde, há ainda outros 151 óbitos em investigação. Desde o início do ano foram confirmados 177.384 casos da doença em todo o Estado. Já na cidade do Rio de Janeiro, nas últimas 24 horas, foram notificados cerca de 2 mil casos de dengue.

Entre os casos de dengue registrados em São Paulo, 2.292 são considerados com sinais de alarme e 215 dengue grave. Como o Estadão mostrou, no primeiro bimestre deste ano o Brasil teve 2,5 vezes mais casos de dengue grave ou dengue com sinais de alarme do que o mesmo período do ano passado: foram 3.058 em 2023 e 7.771 em 2024.

Agentes comunitários de saúde visitam casas para combater a proliferação do mosquito transmissor Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na última terça-feira, 5, o governo de São Paulo decretou estado de emergência para a doença. A decisão foi tomada devido ao índice de incidência da doença compatível com uma epidemia, com 300 casos por 100 mil habitantes.

Rio de Janeiro em alerta

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A cidade do Rio de Janeiro registrou cerca de 2 mil casos de dengue nas últimas 24 horas. Os dados foram divulgados neste sábado, 9, pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Há um mês a prefeitura do Rio decretou estado de emergência na cidade por conta da doença.

Segundo o painel de Arboviroses, que monitora a incidência dos casos de dengue, neste ano o Rio de Janeiro já registrou 56.928 casos da doença. A quantidade é mais do que o dobro dos 22.739 casos identificados em 2023. Neste ano, quatro pessoas morreram na cidade em decorrência da dengue, que é transmitida pelo mosquito aedes aegypti.

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“Os meses de maior incidência são abril e maio. Por isso a gente insiste e continua pedindo ajuda de toda população, todos os comércios, empresas, dos governo para a eliminação do foco do mosquito. Com maior número de caso é mais fácil o mosquito se contaminar e transmitir a doença para outras pessoas”, explicou Soranz ao Estadão.

O município já iniciou a vacinação de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A vacina é aplicada em duas doses com intervalo de três meses entre elas. O imunizante está disponível em todas as clínicas da Família e centros municipais de saúde da cidade.

De acordo com Soranz, cerca de 65 mil pessoas já foram vacinadas no município. Ele pede colaboração da população para ampliar a cobertura vacinal.

“A gente ainda tem 80 mil doses da vacina em estoque que a gente espera zerar na semana que vem. A gente pede atenção da população em relaçao à vacinação”, disse.

Ampliação da recomendação para vacina

O Brasil tem vivido uma explosão nos casos da doença desde o início do ano. Dados do Ministério da Saúde mostram que neste ano o país já registrou 1.342.086 casos. No total, foram 363 mortes pela doença. Outros 763 óbitos ainda estão sob investigação.

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Inicialmente, o Ministério da Saúde recomendou que a vacinação fosse feita por etapas, com início na faixa etária de 10 e 11 anos. Na última quarta-feira, 6, no entanto, a pasta recomendou que as redes estendessem a imunização para a faixa de 10 a 14 anos, sem comprometer a aplicação de segunda dose nas pessoas já vacinadas. O Brasil comprou 6,52 milhões de doses do imunizante, o total disponível. O montante será entregue totalmente até novembro.

A ampliação da recomendação da faixa etária ocorreu após o governo notar a baixa procura pelo imunizante e identificar que a restrição de idade acabava fazendo com que as redes perdessem a oportunidade de vacinar mais pessoas.

Uma pesquisa feita pela Genial/Quaest mostrou que quatro em cada dez brasileiros consideram que o que o governo federal não está fazendo o possível para combater a dengue. A pesquisa foi feita com 2 mil pessoas acima de 16 anos em todo país. Apesar disso, a maior parte dos entrevistados (51%) atribui a responsabilidade pelo controle da epidemia aos municípios e não à União.

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