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Será que o alimento é integral mesmo? Saiba o que olhar no rótulo para não se deixar enganar

Novas regras para pães, biscoitos e outros produtos integrais reforçam a importância de observar certos detalhes na hora da compra

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Por Regina Célia Pereira
Atualização:

Uma minuciosa varredura na embalagem é a melhor estratégia para colocar no carrinho do supermercado as opções de alimentos mais nutritivas. Óculos são bons aliados, já que parte das letras é miúda. Mas novas normas, em vigor desde abril e estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também podem ajudar a desfazer confusões nas gôndolas referentes a produtos formulados com cereais ou pseudocereais, caso de pães, biscoitos, torradas e demais itens elaborados com trigo, centeio, milho e quinoa, entre outros.

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“Antes não havia uma definição de parâmetros para o uso da alegação ‘integral’ nos rótulos desse grupo de alimentos”, diz a nutricionista Veridiana Vera de Rosso, coordenadora do Observatório de Rotulagem de Alimentos da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp.

“Agora, a formulação precisa conter, no mínimo, 30% de ingredientes integrais”, explica a nutricionista Laís Amaral, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec. E essa quantidade ainda tem que ser superior a de itens refinados.

Segundo novas normas, um produto só pode alegar que é integral se ele concentrar, no mínimo, 30% de ingredientes integrais Foto: denio109/Adobe Stock

“A Anvisa tornou obrigatória a informação sobre o verdadeiro percentual dos integrais presentes na composição”, avisa Laís. E as normas exigem que o número siga alguns padrões para aparecer na embalagem, entre os quais o tamanho e a cor dos caracteres. Tudo para evitar propaganda enganosa.

Mas, ao examinar o pacote, tome certos cuidados. “Expressões como 100% natural são abusivas”, exemplifica Veridiana. Inclusive o Idec denunciou algumas marcas por indicações contidas nos rótulos capazes de induzir o consumidor ao erro.

E, para que um alimento seja classificado como integral, é indispensável que os grãos utilizados em mais de 30% da formulação conservem algumas estruturas intactas, especialmente o farelo e o gérmen. A dupla concentra fibras, além de nutrientes como sais minerais e vitaminas, em um mix que favorece o funcionamento intestinal e pode contribuir para o equilíbrio da glicemia.

Já os refinados não contêm toda essa riqueza, já que perdem parte das características no processamento.

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Olho vivo na rotulagem

Além de ficar atento aos percentuais, outros detalhes não podem passar batido. Confira as dicas das nutricionistas Laís e Veridiana:

  • Atenção para a lupa

Uma novidade – e que vale para todos os alimentos industrializados – é o aviso, em forma de lupa, sobre altas quantidades de açúcar, gordura saturada e sódio.

O alerta aparece na parte frontal e superior das embalagens e ajuda a distinguir facilmente os produtos que extrapolam nesse trio associado a encrencas como males cardiovasculares e obesidade.

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  • Tabela nutricional

Ela deve seguir regras que tornam as informações legíveis, com letras pretas, de tamanho, espaçamento e fonte padrão, estampadas em fundo branco.

Além de designar os valores de calorias e nutrientes em porções, a tabela traz os correspondentes a 100 gramas. Assim, o consumidor pode fazer comparações entre as diferentes marcas.

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No caso dos pães, verifique a quantidade de fibras, que é um dos indicativos do uso de ingredientes integrais.

  • Lista de ingredientes

Sempre destacada por nutricionistas, ela dá muitas pistas sobre a qualidade do produto e também segue normas. Os componentes devem aparecer de maneira decrescente, ou seja, aqueles que estão em maior quantidade no produto surgem em primeiro lugar.

No pão de forma, o ideal é que a farinha integral encabece a listagem. A sugestão dos experts é optar por alimentos com o menor número possível de ingredientes e com nomes que sejam conhecidos.

  • Selos

Eles contribuem para a identificação imediata de produtos diferenciados. Mas, veja bem, não são garantia de alimento saudável. Alguns produtos trazem certificação de origem orgânica, por exemplo.

  • Data de validade

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O conselho parece batido, mas não custa reforçar, observe a data de vencimento. O prazo define até quando o alimento pode ser consumido sem riscos para a saúde.

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