Tamanho médio do pênis aumentou 24% em três décadas, revela estudo

Para Michael Eisenberg, um dos autores da pesquisa na Stanford Medicine, qualquer mudança geral no desenvolvimento é preocupante, porque o sistema reprodutivo é uma das peças mais importantes da biologia humana

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Por Redação
Atualização:

Estudo da Stanford University School Medicine revela que o comprimento médio do pênis ereto aumentou 24% em 29 anos, uma tendência observada em todo o mundo. Diante de tendências de dados da saúde reprodutiva masculina que mostram que a qualidade do esperma e os níveis de testosterona diminuíram nas últimas décadas, Michael Eisenberg, médico e professor de Urologia da universidade localizada na Califórnia, nos Estados Unidos, decidiu investigar se a anatomia física do pênis também mudou.

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Publicada na revista científica The World Journal of Men’s Health na terça-feira, 14, a pesquisa compilou dados de 75 estudos, realizados entre 1942 e 2021, que relataram o comprimento do pênis de 55.761 homens.

“O comprimento do pênis ereto está aumentando, de uma média de 12,1 centímetros para 15,2 centímetros, nos últimos 29 anos”, disse Eisenberg, um dos autores do estudo ao Blog Scope, da Stanford University School Medicine, no mesmo dia da publicação do estudo.

Para Eisenberg, o aumento pode ser outro indicador de que as exposições ambientais – como poluentes ambientais ou estilos de vida sedentários crescentes – estão causando mudanças relacionadas à reprodução.

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Comprimento médio do pênis aumentou 24% em três décadas, revela estudo da Stanford Medicine Foto: Filipe Araújo/Estadão

Potenciais implicações das descobertas para a saúde masculina

Segundo o médico, muitos estudos analisaram amplamente as mudanças na saúde reprodutiva masculina. “Por exemplo, a contagem de esperma e os níveis de testosterona estão diminuindo há muito tempo. Há também taxas mais altas de defeitos congênitos masculinos, como hipospádia, em que a abertura da uretra não fica na ponta do pênis, e criptorquidia, em que os testículos não descem adequadamente. Outra medida que vimos relatada em algumas pesquisas de saúde masculina é o comprimento do pênis, e ninguém deu uma olhada sistemática nisso”, afirmou Eisenberg ao Blog Scope.

Diante de tendências vistas em outras medidas da saúde reprodutiva masculina, o médico acreditava que poderia haver um declínio no comprimento do pênis devido às mesmas exposições ambientais. “Conduzimos uma meta-análise na qual examinamos todos os relatórios, até onde sabemos, sobre o comprimento do pênis. Observamos o comprimento flácido, esticado e ereto e criamos um grande banco de dados de medidas. O que descobrimos foi bem diferente das tendências em outras áreas de fertilidade e saúde masculina.”

Conforme o pesquisador, o aumento ocorreu em um período de tempo relativamente curto. “Qualquer mudança geral no desenvolvimento é preocupante, porque nosso sistema reprodutivo é uma das peças mais importantes da biologia humana”, disse Eisenberg. “Se estamos vendo uma mudança tão rápida, significa que algo poderoso está acontecendo com nossos corpos. Devemos tentar confirmar esses achados e, se confirmados, devemos determinar a causa dessas alterações.”

O médico também não descarta que possa haver outros fatores envolvidos. “Como exposição a produtos químicos, como pesticidas ou produtos de higiene, interagindo com nossos sistemas hormonais”, afirma ele.

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De acordo com Eisenberg, esses produtos químicos desreguladores endócrinos existem no ambiente e na dieta alimentar. “À medida que mudamos a constituição do nosso corpo, isso também afeta nosso ambiente hormonal. A exposição a produtos químicos também foi apontada como uma causa para meninos e meninas entrarem na puberdade mais cedo, o que pode afetar o desenvolvimento genital”, afirmou ele em entrevista ao blog.

O próximo passo do estudo será analisar outros perfis de pacientes, como a população pediátrica. “Assim como medimos a altura e o peso todos os anos nos Estados Unidos, isso é outra coisa que podemos medir de maneira sistemática, porque pode se tornar um indicador precoce de mudanças no desenvolvimento humano. Se houver dados granulares sobre fatores de estilo de vida ou exposições ambientais, podemos tentar entender por que isso pode estar acontecendo.”, afirmou Eisenberg, que também avalia ser importante verificar se há mudanças semelhantes ocorrendo nos órgãos reprodutivos das mulheres.

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