Tenho o creme dental da Colgate que foi suspenso. O que fazer?

Anvisa recomenda que o produto não seja utilizado até o fim das investigações

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Por Gabriel Damasceno

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu, em todo País, a venda de todos os lotes da pasta de dente Colgate Total Clean Mint — nova versão da Colgate Total 12 — nesta quinta-feira, 27, após relatos de reações alérgicas. Diante da situação, consumidores que tenham o produto em casa podem pedir a devolução do item. Aqueles que tiveram custos médicos podem ser reembolsados.

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Segundo a Anvisa, a decisão “é resultado de uma avaliação de risco” e “foi adotada diante da ocorrência de um número significativo de efeitos indesejáveis associados ao uso do produto creme dental Colgate Total Prevenção Ativa, lançado no País em julho de 2024 com nova formulação”. A medida é baseada na Lei 6.360/1976, que estabelece uma possível suspensão em casos de risco à saúde até que as questões sejam esclarecidas.

A suspensão é restrita à pasta Total Clean Mint. Em nota, a Colgate-Palmolive afirma que o produto é seguro, “mas algumas pessoas podem apresentar sensibilidade a certos ingredientes — como fluoreto de estanho, corantes ou sabores”. Outras pastas da linha Colgate Total não estão suspensas.

A Anvisa recomenda que o produto não seja utilizado até o fim das investigações. Para saber se o item em casa foi suspenso, basta conferir a embalagem. Se tiver o cartucho de cartolina, procure no rótulo o número do processo na Anvisa: 25351.159395/2024-82. Se tiver só a bisnaga, veja se a composição inclui “fluoreto estanoso”.

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Em reportagem recente, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) destacou que a única forma de identificar se um componente específico da pasta ou ela como um todo é responsável pela alergia é por meio de testes cutâneos de sensibilidade.

Em nota, a Colgate-Palmolive afirma que “entrou com recurso que resultou na suspensão automática dessa interdição na quinta-feira, 27″ e que segue “tomando todas medidas cabíveis para interagir com a Anvisa e demonstrar a segurança do produto”. Diz ainda que as equipes da empresa “estão preparadas para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o creme dental Total Clean Mint com autoridades, profissionais, clientes e consumidores”.

Suspensão da Anvisa vale apenas para a pasta de dente Colgate Total Clean Mint  Foto: Divulgação

Como devolver o produto?

“Caso a pessoa tenha o produto em casa, a primeira recomendação é parar de usar imediatamente, para evitar os riscos à saúde”, pontua a advogada Carolina Vesentini, do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec). “Caso tenha a nota fiscal e a embalagem, é importante guardar para comprovar que comprou o lote. Se não tiver, tudo bem. A própria pasta tem informações para identificar o lote.”

Em posse dos comprovantes ou produtos, o indivíduo deve entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa. “O Código de Defesa do Consumidor (CDC) garante o direito à troca ou devolução do dinheiro em casos de produtos com defeitos ou que apresentem riscos à saúde”, explica Carolina.

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O procedimento deve ser feito diretamente com a empresa, e não com a loja onde o produto foi adquirido. “Se a empresa se recusar, o cliente pode fazer uma reclamação no Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) ou uma denúncia à Anvisa”, destaca a advogada.

Reembolso dos custos médicos

Pessoas que sofreram impactos à saúde devido ao uso do item podem solicitar o reembolso das despesas médicas. “É importante reunir todas as provas, fotografar e guardar o produto. Se precisou ir a um consultório médico, é fundamental guardar os registros de todos os gastos que teve. O indivíduo pode pedir o reembolso dos gastos”, afirma Carolina.

O procedimento para esse segundo caso é o mesmo: entrar em contato com o SAC. “A pessoa deve explicar a situação e pedir o reembolso. Caso a empresa não queira fazer isso de forma amigável, há outros meios. É possível recorrer ao Procon e, em último caso, entrar na justiça”, frisa a advogada.

O consumidor que teve reações adversas ao usar o produto deve entrar em contato imediatamente com a Anvisa pelos canais de comunicação Limesurvey ou e-Notivisa.

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