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Terapia celular CAR-T melhora prognóstico de pessoas com câncer hematológico

Com uma plataforma inovadora e produtos já registrados no Brasil desde 20221, a classe de terapias celulares representa nova esperança para o tratamento de diversas doenças

Por Gilead Kite e Estadão Blue Studip
Atualização:
5 min de leitura

Consciente de que o acesso a essa classe de medicamentos requer um esforço conjunto, a Gilead Kite, empresa líder global em terapia celular, tem atuado no Brasil para promover, cada vez mais, o conhecimento e o entendimento sobre o tema entre os principais envolvidos no setor da saúde.

Para conscientizar sobre as especificidades dessa nova classe de tratamento, colaborando para construir alternativas de acesso, a companhia promoveu dois painéis sobre o assunto no Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (Hemo) 2024, em outubro, em São Paulo. O objetivo é que operadoras de saúde, especialistas, legisladores e pacientes busquem juntos soluções para garantir o alcance amplo a tratamentos inovadores. “Nossa missão com essas iniciativas é conscientizar e educar sobre o potencial do CAR-T no País”, afirma Diego Santoro, gerente geral da região Gilead Kite Intercontinental.

Ana Carolina Gil Tunussi, enfermeira e paciente em remissão, uma das primeiras pacientes que receberam o tratamento no Brasil Foto: Fernando Roberto/Estadão Blue S

Como funciona o CAR-T

Os medicamentos CAR-T funcionam a partir da reprogramação dos linfócitos T do próprio paciente que, uma vez modificados em laboratório, são infusionados novamente no organismo da pessoa e atingem as células cancerígenas de maneira direcionada e eficiente.

Desenvolvidos para ser uma alternativa eficaz quando outras linhas falham, medicamentos dessa classe são geralmente administrados em uma infusão única, ao contrário de terapias contínuas. “A segurança do paciente é a nossa prioridade e utilizamos um processo rigoroso para qualificar os centros especializados. O Brasil conta com conhecimento e centros capacitados para realizar tratamentos avançados para diversos tipos de cânceres”, relata Santoro.

Luta pela sobrevivência

Ana Carolina Gil Tunussi, enfermeira de 33 anos, é um exemplo de perseverança em meio a obstáculos. Em 2021, foi diagnosticada com um linfoma agressivo e submetida a transplante de medula. Porém, a doença voltou após 124 dias. “Quando a médica sugeriu o CAR-T, eu já não tinha esperanças. Ainda assim, decidi tentar”, relata. Sua história teve um final positivo: após receber a infusão, em janeiro deste ano, por meio do sistema privado, Ana Carolina está em remissão da doença, de acordo com o diagnóstico médico.

União de forças

Para o gerente geral da Gilead Kite, a discussão sobre a regulamentação e o acesso exige um esforço de comunicação e entendimento sobre as especificidades das terapias celulares e dos medicamentos CAR-T. A perspectiva é que uma solução será encontrada com a união dos envolvidos e com uma visão de longo prazo. “O que defendemos é uma construção conjunta, com todos os setores alinhados, para garantir que a tecnologia que salva vidas seja disponibilizada de forma eficiente”, afirma.

“A Gilead Kite está comprometida, portanto, a firmar parcerias com provedores de assistência médica com o objetivo de superar as limitações orçamentárias e disponibilizar o tratamento aos pacientes de maneira sustentável. Estamos colaborando com as autoridades reguladoras a fim de encontrar alternativas para que os pacientes elegíveis tenham acesso a esses medicamentos inovadores”, acrescenta.

Luana Ferreira, coordenadora da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) em painel do Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (Hemo) 2024 Foto: Fernando Roberto/Estadão Blue Studio

Já Luana Ferreira, coordenadora da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), destaca a relevância das discussões sobre o assunto. “A cada barreira superada no sistema, estamos oferecendo uma chance de tratamento mais justo e humano para os pacientes”, diz. Para Luana, medicamentos CAR-T são uma conquista, e encontrar caminhos para o acesso em um contexto de colaboração é fundamental para garantir que todos se beneficiem dessa inovação.

Para Bruno Abreu, diretor de Mercado e Assuntos Jurídicos do Sindusfarma e diretor adjunto da Cosaude, essa discussão deve abordar financiamento, sustentabilidade do sistema e orçamento para viabilizar as novas terapias celulares no sistema de saúde.

Bruno Abreu, advogado especialista em saúde suplementar Foto: Fernando Roberto/Estadão Blue Stud

Durante o Hemo 2024, o advogado sanitarista Tiago Farina ressaltou a importância de uma abordagem colaborativa para superar as barreiras que ainda existem no acesso à terapia celular. “A busca por um modelo sustentável de acesso ao CAR-T requer a participação ativa de todos os setores, pois estamos falando de uma inovação que representa muito mais que um avanço tecnológico; ela traz esperança e novas perspectivas para pacientes com poucas opções de tratamento”, afirma. Segundo ele, o foco em soluções práticas e sustentáveis é essencial para que o sistema de saúde brasileiro acompanhe a evolução das terapias avançadas.

Perspectivas

Os impactos do CAR-T no cenário da oncologia brasileira são promissores e, com o apoio e entendimento de todos os envolvidos, a expectativa é de que as barreiras atuais sejam superadas e o tratamento se torne acessível a um número cada vez maior de pacientes. “A terapia CAR-T é, sem dúvida, um marco na oncologia e, por isso, nossa atuação se direciona ao entendimento e à cooperação entre os setores. Dessa forma, podemos, juntos, construir alternativas que tragam esperança aos pacientes e que contribuam para um sistema de saúde mais inclusivo”, afirma Santoro.

Ana Carolina, que teve uma nova chance com o acesso a esse tratamento inovador, agora espera que essa inovação beneficie mais pacientes. “Depois de tudo que passei, o que eu mais desejo agora é que outros pacientes possam ter a mesma oportunidade”, afirma. “Hoje, você ter um diagnóstico de câncer não é uma sentença de morte. Para quem vai fazer a terapia celular, ela é um futuro promissor da ciência e que vai dar certo”, conclui.

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