Testes ergométricos: saiba quais são e quando fazer cada um deles

Esses exames ajudam a diagnosticar doenças cardíacas e podem orientar o tratamento em caso de problemas sistêmicos, como covid longa e diabetes; a Sociedade Brasileira de Cardiologia acaba de divulgar uma nova diretriz sobre o tema

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Por Gabriela Cupani (Agência Einstein)

Embora seja um exame simples e usado há décadas, o ergométrico – o popular teste da esteira – ainda é muito atual e serve como a primeira opção para diagnosticar problemas diante de sintomas cardíacos, como a falta de ar e a dor no peito. Mas ele também é importante para avaliar quem tem doenças sistêmicas, caso da covid longa, e precisa praticar atividade física como parte do tratamento.

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Essas informações fazem parte de uma nova diretriz, recém-divulgada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que reúne uma revisão de mais de mil estudos sobre o tema. “Esses exames são orientados por sintomas cardiológicos e são essenciais como parte de um checkup”, diz o cardiologista Augusto Uchida, chefe da Ergometria do Hospital Israelita Albert Einstein.

Embora o da esteira seja o mais comum, o médico explica que há vários tipos de testes ergométricos. Em comum, todos avaliam como o coração trabalha enquanto faz esforço, permitindo detectar doenças que podem não dar sinais com o órgão em repouso. Eles são usados para diagnosticar obstruções, hipertensão e insuficiência cardíaca, além de acompanhar a resposta a tratamentos, o ajuste do uso de remédios e a recuperação pós-cirúrgica.

Há vários tipos de testes ergométricos, e eles são essenciais como parte de exames de checkup. Foto: Photographee.eu/Adobe Stock

Em casos de pacientes com falta de ar, por exemplo, é possível saber se a origem é cardiovascular ou pulmonar, ou ambos – e ainda se a pessoa apenas está “fora de forma.”

“A atividade física é parte do tratamento de diversas doenças, incluindo as metabólicas, como diabetes e a obesidade, e até câncer. Algumas, como a covid longa, causam o comprometimento pulmonar e também podem agredir o sistema cardiovascular. Os testes ergométricos contribuem para definir melhor suas consequências, além de proporcionar informações para a prescrição individualizada da atividade física, que é parte da reabilitação e do tratamento”, explica o cardiologista Tales de Carvalho, coordenador da diretriz da SBC.

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No entanto, esses exames devem ser feitos por médicos especializados e aptos a lidar com intercorrências, pois problemas graves podem surgir justamente no momento do teste. O local precisa ter equipamentos como desfibriladores, drogas para controlar arritmias e pessoal treinado para atuar no caso de uma ressuscitação cardiopulmonar.

A Agência Einstein ouviu os especialistas para explicar os exames. Confira a indicação de cada um deles a seguir.

Teste ergométrico

É o mais básico e a primeira opção para fazer um diagnóstico de arritmias, obstruções e hipertensão, entre outros. Nele, o paciente é monitorado por meio de eletrodos, que fazem um eletrocardiograma enquanto ele caminha na esteira ou pedala numa bicicleta. Um aparelho mede a pressão arterial. O teste é interrompido quando a pessoa chega à exaustão física ou ao esforço físico máximo, ou quando aparecem sintomas desconfortáveis ou alguma anomalia no monitoramento.

“Com o surgimento de novos exames mais sofisticados, acreditava-se que o velho teste ergométrico estava ficando ultrapassado. Queremos ressaltar que ele ainda é extremamente útil, com grande custo-efetividade, e oferece muitas informações para diagnóstico, prognóstico e tratamento”, diz Carvalho.

Teste cardiopulmonar de exercício

Similar ao teste da esteira, a principal diferença é que o paciente faz o exercício usando uma máscara, que cobre o nariz e a boca e serve para avaliar a capacidade pulmonar. Com informações sobre a troca de gases, ele permite analisar o consumo de oxigênio, a produção de gás carbônico e a ventilação pulmonar e mostra como está o condicionamento físico. Essencial para atletas, também é recomendado para quem pratica atividade física regularmente, pois indica a melhor frequência cardíaca para uma atividade segura, ajudando a elaborar esquemas de treino.

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“O teste aprimora a prescrição de exercício nos programas de reabilitação cardiovascular também para pacientes, inclusive os muito debilitados, com insuficiência cardíaca, doença pulmonar crônica ou doença coronária grave, entre outros”, diz Carvalho.

Com imagens

Quando os testes anteriores geram dúvidas, explica o cardiologista, podem ser feitos exames de esforço que associam imagem. São eles:

  • Ecoestresse

Trata-se do ecocardiograma, que é uma espécie de ultrassom do coração, em que o médico visualiza imagens do órgão enquanto a pessoa faz o exercício, normalmente pedalando. Pode ser solicitado quando há dúvidas sobre obstruções.

  • Cintilografia do miocárdio

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É um exame de medicina nuclear, que utiliza o contraste (uma substância radioativa) e ajuda a visualizar o funcionamento e a irrigação do coração, apontando isquemias, entre outros problemas. É feito em pacientes de maior risco ou que já tenham doenças das coronárias, por exemplo.

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