O termo câncer abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir outros tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, essas células podem ser agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem se espalhar para outras regiões do corpo.
O tratamento pode ser feito por cirurgia (retirada do tumor), quimioterapia (uso de medicamentos no sangue para combater as células cancerígenas), radioterapia para destruir ou impedir que as células do tumor se espalhem ou transplante de medula óssea. Há, ainda, estratégias combinadas desses procedimentos.
Entre os diversos tipos de cânceres, o de mama é o que causa maior número de mortes entre as mulheres. Uma a cada oito mulheres terá a doença, segundo Débora Gagliato, oncologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. A grande questão, diz a especialista, é depois de quanto tempo a mulher pode engravidar após o fim do tratamento. “Ainda há controvérsias na comunidade médica.”
Veja perguntas e respostas
Câncer de mama tem cura?
O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra e do tipo do tumor. Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.
Tive câncer de mama, mas quero ter filhos. O que fazer?
É preciso conversar com os médicos sobre estratégias para preservar a fertilidade. Uma delas é o uso de um medicamento, ministrado junto com a quimioterapia, para proteger os óvulos. É a chamada proteção ovariana.
É possível congelar os óvulos?
Essa é a estratégia mais segura na opinião da médica Débora Gagliato, oncologista da BP. É preciso alinhar com os médicos antes de começar o tratamento.
É possível fazer o congelamento de óvulos pelo plano de saúde? E pelo SUS?
A preservação de fertilidade não está no rol de cobertura da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mas há julgamentos que determinam que os planos custeiem o tratamento durante o tratamento oncológico. Ou seja: é preciso entrar na Justiça. Há locais que fazem a preservação de fertilidade, por meio do congelamento de óvulos, de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde, como o Hospital Pérola Byington, em São Paulo, por exemplo.
Como prevenir o câncer de mama?
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis. Entre eles está a diminuição da quantidade de álcool ingerida. “É preciso falar mais sobre isso. A ingestão de álcool é uma prática social e cultural, mas é importante falar que o uso de álcool em excesso é um fator de risco para câncer de mama”, diz Daniela Rosa, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS.
Veja outras recomendações de especialistas
- Evitar terapias de reposição hormonal na menopausa, como implantes de estrógeno e progesterona.
- Evitar sobrepeso e obesidade é fundamental na redução de risco. Ter um índice de massa corporal normal faz muita diferença.
- Praticar atividade física regular ou mais exatamente 150 minutos por semana de atividade aeróbica moderada, como caminhar, andar de bicicleta ou nadar.
- Conhecer a história familiar em relação às enfermidades
Quando tenho de fazer a mamografia?
O exame de mamografia é a principal tecnologia a serviço das mulheres para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o que significa maiores chances de superar a doença. Segundo orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), mulheres acima dos 40 anos devem fazer o exame anualmente. Sim, o exame incomoda um pouco. O mamógrafo comprime os seios para espalhar o tecido mamário a fim de que possa ser visto de forma mais nítida na imagem. A mamografia está disponível pelo SUS, preferencialmente, para mulheres entre 50 e 69 anos de idade.
Como fazer o autoexame?
Ainda de acordo com a SBM, o autoexame das mamas deve ser feito de frente a um espelho, de preferência no período após a menstruação. Você deve erguer um dos braços e analisar uma das mamas com a mão e depois repetir o processo do outro lado. A ideia é procurar pequenos caroços ou algum tipo de deformação. Mas não se desespere se encontrar algo estranho: nem todo caroço é câncer. E fale sempre com seu médico ou ginecologista.
O autoexame pode substituir a mamografia?
Não. São coisas diferentes. O autoexame é muito importante para você identificar qualquer anormalidade, mas, obviamente, não substitui a mamografia. Esse exame identifica nódulos imperceptíveis ao toque.
Onde procurar ajuda em caso de câncer de mama?
Instituto Vencer o Câncer - https://vencerocancer.org.br/
Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) - https://femama.org.br/site/
Instituto Oncoguia - http://www.oncoguia.org.br/
Sociedade Brasileira de Mastologia - https://sbmastologia.com.br/
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