União Europeia decide fechar fronteiras por 30 dias

Objetivo é conter pandemia do coronavírus; Europa tornou-se o epicentro da doença

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Por Redação

Os países da União Europeia (UE) decidiram ontem proibir por 30 dias a entrada de pessoas que não pertencem ao bloco, com o objetivo de conter a disseminação da pandemia do novo coronavírus. O continente europeu é o novo foco da doença e o número de casos e de mortes pela covid-19 já é maior do que na China, onde a epidemia teve início. 

"Concordamos em fortalecer nossas fronteiras externas, aplicando uma restrição temporária a viagens não essenciais à União Europeia por um período de 30 dias", anunciou o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, após reunião entre os líderes por videoconferência. 

Pedestre atravessa a ponte Millennium em Londres, na Inglaterra. As autoridades britânicas intensificaram as medidas de saúde pública pedindo para as pessoas ficarem em casa para evitar a disseminação do novo coronavírus ( COVID-19 ). Foto: Jonathan Brady / AP 

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A Comissão Europeia havia proposto aos líderes na segunda-feira essa medida, que não se aplicaria a parentes de cidadãos europeus, diplomatas ou pessoal essencial. A França decidiu começar a aplicar a medida a partir do meio-dia de ontem. 

A Irlanda não aplicará essas restrições, pois tem área de passagem livre comum com o Reino Unido, país que deixou a União Europeia em janeiro e "não planeja implementar restrições nas fronteiras externas", segundo a chefe do Executivo da comunidade, Ursula von der Leyen. 

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A França poderá impedir a entrada de britânicos se o Reino Unido não tomar medidas mais restritivas contra o coronavírus, alertou ontem o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe. "Se os países vizinhos como o Reino Unido permanecerem muito tempo (sem medidas de confinamento), então ficará difícil aceitar em nosso território cidadãos britânicos”, disse Philippe.

Na segunda-feira, Ursula von der Leyen considerou que esse fechamento de fronteira será "eficaz" se aplicado pelos 27 países da União Europeia e por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, que pertencem ao espaço europeu de livre circulação de Schengen. 

Durante a reunião remota, os líderes também concordaram em "coordenar" o retorno dos europeus que estão no exterior sem poder transitar por causa da epidemia, informou a primeira-ministra alemã, Angela Merkel. Os líderes devem se reunir novamente por videoconferência na próxima semana. 

RESTRIÇÕES

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Mais de 50 países já restringiram as fronteiras a estrangeiros por causa da pandemia do novo coronavírus. A medida é uma das maneiras de conter o avanço da covid-19 que, segundo boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS), atingiu 151 nações e territórios. As primeiras estratégias de controle de acesso ou suspensão de voos tinham como alvo a China. Com a disseminação da doença nas últimas semanas, no entanto, os controles de fronteiras envolvem número cada vez maior de países.

Ontem, a OMS voltou a pedir mais ações dos países para conter a pandemia. "Todos os países, sem exceção, devem tomar as medidas mais ousadas possíveis para interromper ou conter a ameaça do vírus", disse Hans Kluge, da OMS, em um apelo à Europa.

A França seguiu os passos da Espanha e da Itália ontem e, desde o meio-dia, seus 67 milhões de habitantes iniciaram o confinamento geral. Já o Reino Unido considerou "razoável" estimar o número de infectados no país em cerca de 55 mil, hoje, ante os 1.950 confirmados, e considerou que 20 mil mortes ou menos seria um "bom resultado" final.

Brasil mantém fronteiras abertas

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O governo federal decidiu em reunião nesta segunda-feira não seguir os vizinhos Argentina e Colômbia e manter abertas as fronteiras do País. A medida é defendida pelos ministérios da Saúde e da Justiça para evitar a expansão dos casos de coronavírus. A decisão foi tomada pelo presidente Jair Bolsonaro, após reunião no Planalto, conforme apurou o Estado. 

No encontro, ficou acertado que o Brasil vai adotar medidas para intensificar os protocolos de saúde. Argentina, Chile e Colômbia anunciaram que vão fechar suas fronteiras. Ainda ontem, Bolsonaro não participou de uma videoconferência com chefes de Estado da região e foi representado pelo chanceler, Ernesto Araújo. /AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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