Variante Delta, identificada pela 1ª vez na Índia, não circula na cidade de SP, diz secretário

Os dados mostram que 97,14% das amostras sequenciadas são da variante Gama, ou P.1, identificada inicialmente em Manaus

PUBLICIDADE

SÃO PAULO - Um sequenciamento genético de amostras do coronavírus coletadas em moradores da capital paulista mostrou que não há circulação da variante Delta na cidade. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 14, pelo secretário municipal de saúde Edson Aparecido. Também conhecida como cepa indiana, a variante pode ser até 40% mais transmissível que a variante Alfa, identificada inicialmente no Reino Unido.

Variante Gama, ou P.1, predomina em São Paulo Foto: Amanda Perobelli/Reuters

PUBLICIDADE

Segundo o secretário, cerca de 250 amostras são enviadas semanalmente aos institutos Butantan, Adolfo Lutz e de Medicina Tropical para o sequenciamento. Aparecido destacou que isso é feito há mais de 30 dias. O estudo sobre as cepas em circulação foi concluído na semana passada.

A pesquisa mostrou que 97,14% das amostras sequenciadas são da variante Gama, ou P.1, identificada pela primeira vez em Manaus. Em março, o índice era de 79%. Os demais casos estão relacionados a outras variantes, incluindo a Alfa.

“Este trabalho da Vigilância Genômica está sendo feito pela Prefeitura de São Paulo para se antecipar. Uma ação conjunta para ver se existe ou não (a presença de novas variantes do vírus na cidade)”, disse o prefeito Ricardo Nunes durante a coletiva.

Epidemiologista pede cautela

Publicidade

A epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Ethel Maciel defende que o faot de a variante Delta (B.1.617.2) do novo coronavírus não ter sido identificada na cidade de São Paulo deve ser visto com cautela.

“Não ter identificado (a variante Delta) neste momento não necessariamente significa que ela não esteja presente. Isso depende se a gente está conseguindo analisar um número maior de amostras para fazer vigilância genômica”, diz.

Para a epidemiologista, por outro lado, como a variante Delta é altamente transmissível, se ela já estivesse circulando na cidade de São Paulo, possivelmente a capital teria um maior número de casos.

“Em um mês, pelos dados do Reino Unido, ela se tornou dominante nas pessoas que adoeceram. 75% dos adoecimentos (no Reino Unido) estavam sendo devido a essa variante, a variante Delta”, explica. Hoje, a chamada cepa indiana é responsável por mais de 91% dos casos no Reino Unido.

Por vários países terem problemas com essa variante, Maciel defende ainda a necessidade de o País reforçar a vigilância nas fronteiras — o que inclui todas as entradas terrestres, aéreas e marítimas. Ressalta também que o ideal seria que, percentualmente, o Brasil fizesse mais testes de ocorrência da variante Delta nas pessoas que ficam doentes. /COLABOROU ÍTALO LO RE

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.