Varíola dos macacos: Anvisa analisa cinco testes para diagnóstico da doença

Entre os produtos estão testes de biologia molecular e de detecção de antígeno de monkeypox

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Por Raisa Toledo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta quinta-feira, 11, que recebeu cinco pedidos de registro de testes de identificação do vírus que causa a varíola dos macacos (monkeypox). Segundo a agência, todos já começaram a ser analisados. 

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Três dos produtos em análise são testes de biologia molecular, que detectam o material genético do vírus nas amostras coletadas. Eles são fabricados por empresas da Espanha, da China e uma nacional. A Anvisa já avaliou dois deles e aguarda informações complementares dos solicitantes. Quanto ao terceiro, a agência informou que ainda está analisando a documentação submetida. 

Além desses materiais, na quarta-feira foram submetidos mais dois pedidos de registro: um teste rápido para detecção de antígeno fabricado na China e dois kits do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz): o produto Kit Molecular Monkeypox (MPXV) e um teste diferencial.

Teste para detecçãode monkeypox, considerada emergência de saúde pública pela OMS. Foto: Dado Ruvic/Reuters

Os dois kits nacionais são de análise de biologia molecular. Segundo a fundação, que afirma já ter produzido material para realizar 12 mil testes e poder aumentar a produção sem prejudicar o fornecimento de seus outros produtos, o MPXV é um teste PCR capaz de identificar as duas cepas do vírus de monkeypox que circulam atualmente — uma delas endêmica no continente africano e a outra a causadora do surto no resto do mundo. As amostras devem ser retiradas das lesões na pele dos pacientes com suspeita da doença.

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O segundo kit é um teste diferencial, que deve ser aplicado quando as outras possibilidades de diagnóstico por vírus relacionados são descartadas. Segundo a Fiocruz, os dois materiais permitem a adoção de dois protocolos: um que identifica a varíola dos macacos com o MPXV e outro que, em caso de resultado negativo, pode aumentar a possibilidade de esclarecer o diagnóstico com a aplicação do teste diferencial, o que o instituto considera que seria importante para a vigilância epidemiológica do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em nota, a Anvisa informou que trabalha para “a avaliação de todos os pedidos de registro de produtos para diagnóstico in vitro que possam ser utilizados como recurso para o enfrentamento da monkeypox”.  "Todos os testes são de uso profissional, clínicas e laboratórios", informou.

A monkeypox é considerada uma emergência de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e o seu período de incubação pode variar de cinco a 21 dias. Em alguns casos, o isolamento requerido chega a um mês, já que só pode ser interrompido quando a pele se cura completamente das lesões.

Não há um tratamento específico para a doença, mas podem ser administrados medicamentos para dor e febre e outros utilizados para tratar a varíola humana e outras doenças, como os antivirais tecovirimat (TPOXX), cidofovir (Vistide) e brincidofovir (Tembexa). Em anúncio feito no início do mês, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que o País deve receber remessas do tecovirimat.

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Lesões

De acordo com a experiência clínica obtida até o momento, as marcas da varíola dos macacos podem se assemelhar às provocadas por outras doenças.

Em caso de suspeita da infecção, a orientação é procurar atendimento médico e testagem. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, o atendimento para os casos suspeitos está disponível em toda a rede municipal de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), prontos-socorros e prontos atendimentos, e a rede conta com insumos para coleta de amostras (secreção ou partes da ferida seca) das lesões cutâneas para análise laboratorial. (Com informações da Agência Brasil)

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