Além do governo de São Paulo, que anunciou a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos, puérperas e lactantes contra covid-19 a partir do dia 23 de agosto neste domingo, 11, outros Estados e municípios já começaram ou pretendem iniciar a imunização dessa faixa etária no Brasil. Assim como decidido pela gestão paulista, a maior parte das cidades pretende priorizar crianças e adolescentes com comorbidades.
Com o adiantamento, São Paulo deve encerrar a aplicação neste público até o próximo dia 30 de setembro. Na coletiva, o governador João Doria reforçou a importância de alcançar a parcela mais nova. “Este é um público de 3 milhões e 200 mil pessoas em São Paulo”, afirmou Doria.
Adolescentes com comorbidade, além das grávidas, serão vacinados no período de 23 de agosto até 5 de setembro. Entre 6 e 19 de setembro, será a vez dos que têm entre 15 e 17 anos, sem comorbidades. A vacinação se completa com os adolescentes de 12 a 14 anos, de 20 a 30 de setembro.
Sudeste
No sudeste, o Rio foi a primeira capital a detalhar o calendário de vacinação para brasileiros entre 12 e 17 anos. De acordo com anúncio do prefeito Eduardo Paes, em junho, o público deverá receber a primeira dose da Pfizer na primeira quinzena de setembro. Nas imediações da capital carioca, a ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara, se prepara para vacinar a população mais nova a partir do próximo dia 18 de julho.
A cidade de Betim, a 40 quilômetros de Belo Horizonte, chegou a aplicar a vacina em adolescentes, mas teve a campanha suspensa após ação civil pública do Ministério Público do Estado de Minas Gerais. O descumprimento da decisão acarreta multa pessoal no valor de R$ 500 por vacina aplicada.
Centro-Oeste
Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, estendeu a campanha para os menores de 18 anos com comorbidades no último dia dia 3 de julho. Para se vacinar, crianças e adolescentes devem estar enquadrados nos grupos sensíveis à covid-19, detalhados no Plano Nacional de Imunização (PNI).
Também no Mato Grosso do Sul, a cidade de Itaporã, a 233 quilômetros da capital, adolescentes acima de 12 anos com comorbidades estão recebendo imunização contra a covid-19 desde o dia 18 de junho. Em ambos os municípios sul-mato-grossense, a vacina aplicada é a Pfizer, única liberada para aplicação em menores de idade.
Norte
No norte, a cidade de Cacoal, a 479 quilômetros de Porto Velho, capital de Rondônia, também já ampliou a vacinação para população com mais de 12 anos que tenham comorbidades. A imunização da parcela iniciou no dia 14 de junho.
Nordeste
O prefeito de São Luís do Maranhão, Eduardo Braide (Podemos), e o prefeito Cícero Lucena (PP), gestor de João Pessoa, capital da Paraíba, iniciaram contato com o Ministério da Saúde para aumentar o público de vacinação para maiores de 12 anos.
Braide anunciou em junho, em publicação nas redes sociais, que conversa com a pasta federal para aplicar a vacinação em adolescentes. Já o prefeito pessoense comunicou o interesse ao Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de ampliar a imunização. O encontro entre os representantes ocorreu em Brasília, no último dia 7, durante conversa do ministro com a Frente Nacional de Prefeitos.
Projeto de Lei que prioriza adolescentes com comorbidade no PNI segue para sanção presidencial
Na última quinta-feira, 8, a Câmara dos Deputados aprovou o PL 2112/2021. O documento propõe adicionar ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 crianças e adolescentes com deficiência permanente ou com comorbidades, além de gestantes, puérperas, lactantes e pessoas em privação de liberdade. De autoria do senador Jean Paul Prates (PT/RN), o texto segue, agora, para sanção presidencial.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, em junho, a aplicação da vacina da Pfizer em adolescentes com mais de 12 anos. A ampliação foi aprovada O órgão também informou que os estudos foram desenvolvidos fora do Brasil e avaliados pela Anvisa.
Ainda não há previsão para a aplicação de vacinas em menores de 12 anos. O que falta para chegar a essa parcela, detalha Jean Gorinchteyn, é a garantia de que o processo vacinal é seguro. “Tanto o Plano Nacional de Imunização, como o Plano Estadual, precisam estar respaldados com estudos para que, dessa forma, em conjunto com a deliberação e chancela da Anvisa, possamos deflagrar uma cobertura vacinal para faixas etárias pediátricas”, avalia.
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