‘Virei paciente oncológica’, diz mulher que teve linfoma por causa de prótese

No Brasil, não há dados consolidados sobre câncer decorrente de silicone, mas especialistas calculam uma dezena de casos

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SÃO PAULO - Em meio a um aumento de relatos de linfoma associado a próteses de mama, médicos brasileiros criaram uma força-tarefa para identificar os registros e conhecer o tamanho do problema no País. Na quarta-feira, 24, a Allergan, uma das marcas mais difundidas em todo o mundo, anunciou recall após recomendação da Food and Drug Administration (FDA), agência de controle sanitário dos Estados Unidos. Especialistas ouvidos pelo Estado calculam que o País teve pelo menos uma dezena de casos de linfoma anaplásico de células grandes (ALCL) em pacientes com próteses. 

Mulher teve linfoma cinco anos após implante mamário Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Leia abaixo o depoimento de uma mulher de São Paulo, de 53 anos, diagnosticada com ALCL: 

"Coloquei uma prótese na mama (há 7 anos) e não tive problema na época. Há dois, notei que minha mama esquerda estava um pouco maior. Apareceram feridas na perna direita e no meu braço esquerdo e um cansaço extremo. Minha mama ficou bem grande. Busquei um cirurgião para tirar essa prótese e colocar uma menor. Meu marido é médico e pediu para entrar na cirurgia. Ele falou para mandar o líquido acumulado na mama para análise. Tinha 600 ml de líquido. No retorno com o cirurgião, ele falou: 'seu caso é raro, você tem um linfoma'.

O chão se abriu. Virei paciente oncológica em 5 segundos, de um linfoma não conhecido. Tive de tirar as próteses novas e a cápsula que fica em volta. Não fiz nem químio nem radioterapia. Hoje faço acompanhamento a cada seis meses. Se fosse avisada do risco, não teria colocado. Minha meta é ajudar as mulheres, nem que seja apenas uma, a não passar por isso. "

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