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Vírus de Marburg: OMS publica informe sobre risco de espalhamento da doença

No país africano, 11 morreram e 48 contatos estão em acompanhamento; da família do Ebola, o vírus é um dos mais letais do mundo, mas entidade vê chance baixa de uma epidemia global

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Foto do author Leon Ferrari
Atualização:

O risco global de espalhamento do vírus de Marburg, da mesma família do Ebola, que causa surto na Guiné Equatorial, é baixo, informou em comunicado publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no sábado, 25. Em nível nacional, porém, ele é alto. Já se considerar a abrangência regional (África), o risco é moderado.

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“Os movimentos populacionais transfronteiriços são frequentes e as fronteiras são muito porosas, entre os distritos de Ebebiyin e Nsock Nsomo (Guiné Equatorial), Camarões e Gabão. Isso constitui um risco de propagação transfronteiriça”, explicou a OMS, em comunicado.

Especialistas ouvidos pelo Estadão quando o vírus foi identificado já haviam destacado que, com o conhecimento que se tem por sobre o Marburg, a “exportação” de casos para outros países até pode ocorrer, mas uma disseminação que resulte em outra pandemia é pouco provável. Entre os motivos para isso, estão a elevada letalidade do vírus, o pequeno número de assintomáticos e o rápido avanço do quadro clínico.

A doença de Marburg causa febre hemorrágica, com taxa de letalidade de até 88%, de acordo com a OMS, o que faz dele um dos vírus mais mortais do mundo. O quadro começa abruptamente, com febre alta, dor de cabeça e mal-estar intensos.

O período de incubação do vírus varia de dois a 21 dias. Sintomas como diarreia, dor abdominal, cólicas, náuseas e vômitos podem começar no terceiro dia. Manifestações hemorrágicas graves aparecem entre cinco e sete dias após o início dos sintomas. Em casos fatais, a morte ocorre mais frequentemente entre oito e nove dias após o início das manifestações clínicas.

O vírus é transmitido aos humanos por morcegos frugívoros e se espalha entre os humanos por meio do contato direto com os fluidos corporais de pessoas, superfícies e materiais infectados. Por ora, não há vacinas ou tratamentos antivirais. Contudo, segundo a OMS, cuidados de suporte (reidratação com fluidos orais ou intravenosos) e tratamento de sintomas específicos melhoram a sobrevida do paciente.

Trabalhadores borrifam desinfetantes durante surto mortal de febre hemorrágica de Marburg em Uige, no norte de Angola, em surto da doença em 2005 Foto: Stringer/Reuters - 27/03/2005

No dia 13 de fevereiro, a regional da OMS na África informou que a Guiné Equatorial havia confirmado seu primeiro surto do vírus de Marburg.

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Nesta terça-feira, 28, o governo de Guiné Equatorial informou que o número de mortes chegou a 11. “Até o momento, contamos com 48 contatos, dos quais quatro desenvolveram sintomas objeto de vigilância, (e) três se encontram em isolamento hospitalar”, acrescentou.

Segundo a OMS, todos as primeiras nove vítimas estiveram em contato com um parente com os mesmos sintomas ou participaram do enterro de uma pessoa com sintomas compatíveis com o da enfermidade. A agência destaca que, neste momento, “pode haver cadeias de transmissão que não foram rastreadas” (subnotificação de casos).

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