Yasmin Brunet fala sobre diagnóstico de lipedema; conheça a doença

Condição afeta 10% das mulheres no mundo; especialista indica sinais para identificá-la

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Foto do author Lara Castelo
Atualização:

Nesta quarta-feira, 24, a modelo e ex-BBB Yasmin Brunet contou no programa Encontro, da Globo, sobre o seu diagnóstico de lipedema. Segundo a modelo, a confirmação veio logo antes de entrar no reality e a doença piorou muito durante o programa. “Sentia muita dor, desconforto e pressão”, conta.

Ela ainda disse que a situação melhorou após sair do BBB, ao encontrar um médico que está tratando a doença de uma forma mais natural, a partir de mudanças alimentares. “Muitas pessoas optam pela lipoaspiração, mas eu não queria”, diz.

Yasmin Brunet foi diagnosticada com lipedema, doença vascular crônica que afeta 10% das mulheres no mundo. Foto: Reprodução/Instagram/@yasminbrunet

O que é lipedema?

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É uma doença vascular crônica caracterizada pelo depósito de gordura e pelo inchaço dos membros inferiores (ou seja, no quadril, que inclui glúteos, coxas e pernas) e, com menos frequência, dos superiores (braço e antebraço). Vale destacar que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), o lipedema não acomete mãos nem pés.

Trata-se de uma condição frequente, que afeta 10% da população feminina no mundo, de acordo com o Instituto Lipedema Brasil. Por aqui, segundo a entidade, pelo menos 5 milhões de mulheres têm sintomas da doença — número que, para o médico vascular Vitor Gornati, do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, e coordenador do instituto, tende a ser ainda maior.

O que causa lipedema?

Segundo Gornati, o lipedema decorre essencialmente de uma condição genética que interfere na relação entre o estrogênio (hormônio feminino) e as células de gordura. Daí porque é uma condição mais comum em mulheres.

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“O fator inicial é genético, mas ele aumenta em momentos de grandes mudanças hormonais, como na puberdade, com o uso de anticoncepcionais, e na menopausa. Consequentemente, o lipedema é mais comum em adolescentes e mulheres jovens”, descreve.

Como saber se tenho lipedema?

De acordo com o especialista, os sintomas mais comuns do lipedema são:

  • Inchaço nas pernas;
  • Corpo em formato de pêra (cintura menor e quadril maior);
  • Dor nas pernas (sensação de peso, sensibilidade ao toque);
  • Hematomas espontâneos nas pernas;
  • Aparecimento de varizes;
  • Apesar de perder peso, não emagrecer da cintura para baixo.

Quais as possíveis complicações do lipedema?

O especialista explica que há quatro níveis de lipedema. O primeiro é caracterizado pelo aumento da grossura nos membros afetados; o segundo pelo aparecimento de nódulos (caroços de gordura) e sinais de fibrose (pele irregular); o terceiro pela deformação da perna e por dificuldades de mobilidade; o quarto pelo impacto no sistema linfático.

Apesar de não ser fatal, o médico vascular comenta que o lipedema pode resultar no surgimento de complicações associadas que podem levar à morte, como trombose e embolia pulmonar. “Isso, porém, raramente acontece, especialmente se o lipedema for diagnosticado rápido”, diz.

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Kamamoto fala ainda sobre as consequências psicológicas que podem surgir em decorrência do lipedema. “Muitas mulheres se sentem constrangidas com o próprio corpo e acabam desenvolvendo ansiedade, depressão e até transtornos alimentares. São impactos graves que merecem atenção”, pontua.

Como é o tratamento do lipedema?

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Depende da gravidade. Se for um lipedema em estágio inicial, o tratamento é clínico e, de acordo com Gornati, consiste em:

  • Dieta anti-inflamatória (sem alimentos ultraprocessados nem excesso de calorias);
  • Prática regular de exercícios. O especialista destaca que, na maioria dos casos, são recomendadas atividades de baixo impacto e que ajudam a queimar gordura, como natação, hidroginástica, aparelho elíptico e ciclismo;
  • Drenagem linfática;
  • Fortalecimento muscular;
  • Uso de meia elástica;
  • Tratar doenças vasculares;
  • Evitar o uso de anticoncepcionais via oral ou sanguínea.

Nos casos mais graves, por outro lado, em que o tratamento clínico não se mostra suficiente, a indicação é de cirurgia. Segundo Kamamoto, trata-se de uma lipoaspiração feita em conjunto com a retirada de pele. “O lipedema não tem cura, mas tem controle. Este deve ser feito pelo tratamento clínico e, quando necessário, pelo cirúrgico. Importante destacar que a cirurgia costuma melhorar muito a qualidade de vida da paciente”, completa.

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