Com todos mirando o mesmo objetivo, o de aliar produção agropecuária e preservação ambiental, o Brasil tem todas as condições de ratificar seu potencial de ser uma das grandes economias verdes do mundo no século 21. Com regulações internacionais cada vez mais voltadas para as boas práticas do campo, sustentabilidade virou sinônimo de competitividade.
Nesse contexto, são várias as parcerias entre o setor privado, a academia e o terceiro setor que têm o objetivo de incrementar a restauração florestal dos vários biomas brasileiros. A Cargill, por exemplo, tem como uma de suas metas na área de sustentabilidade apoiar a restauração florestal de 100 mil hectares em regiões ambientalmente sensíveis até 2027. Para isso, foram feitas parcerias com vários atores sociais das áreas agrícola, ambiental e acadêmica.
Dentro do Agro +Verde, um dos programas em curso, a ideia é apoiar com assessoria técnica dezenas de produtores voltados para o desenvolvimento de métodos cotidianos de manejo sustentável. A mensagem é focada no uso consciente de recursos naturais. Na prática, se tem acesso ao conhecimento para recomposição de áreas de preservação permanente e recuperação de pastagens. Todas as estratégias somam conservação e produtividade.
Outro pilar das ações estratégicas da Cargill envolve o apoio à regularização fundiária. A partir da parceria com a consultoria Preserv Ambiental, existe um projeto específico em curso no sul do Maranhão. No total, produtores de cinco municípios da região aprendem como promover a regularização ambiental de áreas produtoras, com o objetivo de serem incluídas no Cadastro Ambiental Rural. Outra parte da iniciativa apoia programas que têm como foco o aumento da produtividade por meio da integração lavoura e pecuária (ILP) e ainda a integração entre lavoura, pecuária e floresta (ILPF).
Essas abordagens, a partir da combinação de culturas e um menor uso de fertilizantes e pesticidas, não apenas aumentam a produtividade, como também melhoram a sustentabilidade das propriedades. Dessa forma, com o uso eficiente da terra, a biodiversidade é protegida e também existe uma contribuição para a mitigação das mudanças climáticas.
Produção de grãos
Para englobar toda a necessidade de escala que a produção de soja e milho demanda, a Cargill também patrocina o programa Regenera Cerrado, criado por um grupo de 12 produtores no sudoeste de Goiás. Ao todo, 11 instituições que atuam tanto no Brasil quanto no exterior estão integradas no projeto. As ações são todas voltadas para o incremento da chamada agricultura regenerativa.
Resultados preliminares recentes obtidos pelas equipes técnicas do programa indicam que avanços importantes já estão sendo gerados em campo. Os dados abrangem um total de 1,6 mil hectares. Dentro dessa área, a grande quantidade de insetos e artrópodes presentes no solo mostra uma melhor qualidade ambiental da região.
Aranhas, formigas e tesourinhas ajudam no controle natural de pragas como moscas, percevejos e lagartas. A pesquisa inicial também mostra o uso de 49 produtos biológicos nas propriedades avaliadas. Com isso, o manejo dos insetos em geral é feito de forma mais equilibrada.
Ao lado de seis outras empresas, a Cargill também apoia o Programa Soja Baixo Carbono da Embrapa Soja. A ideia visa ao desenvolvimento de um protocolo que vai atestar a sustentabilidade da produção do grão. O selo será dado a sistemas de produção de soja que adotem tecnologias e práticas agrícolas que reduzam a intensidade de emissão de gases de efeito estufa.
Outros programas apoiados pela Cargill também chegam a outros países da América do Sul, como Argentina e Paraguai, localidades em que a empresa também atua.
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