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Ciclone subtropical ganha força no litoral brasileiro: entenda como ele funciona e os riscos

Segundo a Climatempo, a expectativa é que este sistema continue ganhando força e se transforme em uma tempestade subtropical na noite desta sexta-feira, 16. Inmet emitiu alerta

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Foto do author Renata Okumura
Atualização:

Com formação iniciada desde a noite de quinta-feira, 15, o ciclone subtropical continua ganhando força em alto-mar, na costa do Rio de Janeiro, conforme classificação do fenômeno feita pela Marinha. A previsão é de fortes chuvas em áreas de São Paulo e do Rio de Janeiro.

“Este ciclone subtropical é o primeiro deste ano e foi identificado na análise meteorológica da Marinha. O sistema se encontra a cerca de 235 km afastado da costa do Estado do Rio de Janeiro e seus impactos serão sentidos principalmente em alto-mar”, prevê a empresa de meteorologia.

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O ciclone não vai passar sobre qualquer região do Brasil, mas intensificará os ventos no litoral dos Estados do Sudeste, deixando o mar agitado.

Ele terá papel importante no aporte de umidade para os Estados de São Paulo e do Rio, o que, somado à atuação de um cavado em médios/altos níveis da atmosfera, intensificará a chuva no fim de semana nestes Estados”, afirma Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo.

Ainda na quarta-feira, 14, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta vermelho para grande perigo de tempestades intensas no Vale do Paraíba Paulista, no litoral norte de São Paulo, no sul fluminense e na região metropolitana do Rio até quinta-feira.

No momento, o alerta foi atualizado para laranja, em que há perigo para chuvas intensas principalmente no sul fluminense, Vale do Paraíba Paulista e região metropolitana do Rio. O alerta, que envolve outras áreas, pode ser atualizado a qualquer instante.

“Há risco para chuva entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, com ventos intensos (60-100 km/h). Há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas”, estima o Inmet.

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Ciclone subtropical se formou no mar, na costa do Rio de Janeiro, a cerca de 235 km afastada do continente. Foto: Reprodução/Climatempo

Desenvolvimento do ciclone subtropical

Ainda segundo a Climatempo, a expectativa é de que este sistema continue ganhando força e se transforme em tempestade subtropical na noite desta sexta-feira, 16.

“Se isso ocorrer, este sistema será nomeado de Akará, espécie de peixe em Tupi antigo. Apenas as tempestades subtropicais recebem um nome e somente a Marinha ‘batiza’ estas baixas pressões atmosféricas especiais”, disse a empresa de meteorologia.

Segundo Borges, no início de 2023, a Marinha listou os possíveis nomes dos próximos eventos, que incluem Akará (espécie de peixe), Biguá (ave marinha), Caiobá (habitante da mata), Endy (luz do fogo) e Guarani (guerreiro).

O Akará é o nome indígena do acará, espécie de peixe de rio encontrado na região amazônica e em outros rios do Brasil. “Conhecido por sua carne saborosa, o Akará é frequentemente utilizado na culinária local, preparado de várias maneiras, como frito, assado, cozido ou em ensopados. Além disso, é apreciado por sua carne branca e firme”, explica o meteorologista da Climatempo.

Na quinta-feira, o Inmet já havia alertado que, em caso de persistência das condições atmosféricas e da intensificação do vento, o ciclone poderia ser classificado como uma tempestade subtropical.

A Climatempo lembra ainda que a última depressão subtropical registrada foi entre os dias 6 e 9 de janeiro de 2023. Já a última tempestade subtropical foi a Yakecan, em meados de maio de 2022.

Entenda as diferenças:

  • Depressão subtropical ou ciclone subtropical: é uma área de baixa pressão atmosférica que se forma em latitudes subtropicais, que gera ventos de até 63 km/h. É caracterizada por ar quente em superfície e em médios níveis da atmosfera (de 3km a 5km) e por ar frio em níveis superiores (acima de 5km), de acordo com a Climatempo;
  • Tempestade subtropical: é um ciclone subtropical, mas com pressão atmosférica mais baixa do que uma depressão subtropical. Por isso, os ventos gerados são mais fortes e podem ficar entre 63 km/h e 118 km/h. Segundo a empresa de meteorologia, o fenômeno é caracterizado por ar quente em superfície e em médios níveis da atmosfera (de 3km a 5km) e por ar frio em níveis superiores (acima de 5 km).

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Pedestres se protegem com guarda-chuva na zona sul de São Paulo. Expecativa é de chuva isolada para a capital paulista neste fim de semana.  Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 14/02/24

Classificação dos ciclones, segundo a Marinha do Brasil:

  • Ciclones extratropicais: formam-se em latitudes altas, médias ou subtropicais e possuem núcleo frio em toda sua extensão vertical;
  • Ciclones tropicais: formam-se próximo ao Equador e possuem núcleo quente em toda sua extensão vertical;
  • Ciclones subtropicais: formam-se em latitudes subtropicais, tendo núcleo quente mais próximo a superfície e núcleo frio mais alto na atmosfera.

Previsão do tempo para São Paulo

Na sexta-feira, a nebulosidade diminui, o sol aparece e as temperaturas sofrem ligeiro aumento no período da tarde, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo. Para a capital paulista, há baixa probabilidade de chuva.

“O fim de semana será marcado por sol entre nuvens, o que favorece a elevação da temperatura no período da tarde. Há previsão de pancadas isoladas de chuva, porém com baixo potencial para a formação de alagamentos”, acrescenta o órgão municipal.

Veja a previsão para a cidade de SP nos próximos dias, segundo a Meteoblue:

  • Sexta-feira: entre 18ºC e 23ºC;
  • Sábado: entre 18ºC e 25ºC;
  • Domingo: entre 19ºC e 26ºC.

Em caso de perigo, fique atento a algumas recomendações:

  • Desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia;
  • Em caso de enxurrada ou similar, coloque documentos e objetos de valor em sacos plásticos;
  • Em caso de situação de grande perigo confirmada: procure abrigo; evite permanecer ao ar livre;
  • Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).

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